Franceses fumam e bebem muito, mas vivem cada vez mais
Um recente relatório da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) alerta para o alto consumo de tabaco e álcool na França e sugere mais esforços, por parte do governo, para reduzir os fatores de risco na saúde da população. A porcentagem de fumantes adultos no país é de 24,1%. Os franceses também são a quarta nacionalidade com o consumo de álcool mais elevado na Europa, com uma média de 11,1 litros de bebida por ano. No entanto, a longevidade da população aumenta: a esperança de vida no país é de 82,3 anos.
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O Panorama da Saúde 2015 da OCDE, publicado nesta semana é implacável com os franceses e sugere ao governo iniciativas para melhorar o estilo de vida da população. Cigarro e álcool fazem parte do dia a dia na França, hábitos que começam cedo no país e cujas restrições em relação à idade não são frequentemente respeitadas.
O aumento do preço do maço do cigarro nos últimos anos contribuiu para uma ligeira diminuição no consumo de tabaco. Em 2000, a percentagem de franceses fumantes era de 27%. Hoje é de 24,1%. Os dados deixam a França à frente da média dos países da OCDE, que calcula 19,7% de fumantes.
Já no consumo de bebida alcoólica, entre os países membros da organização, a França fica atrás da Áustria (12,2 litros), da Estônia (11,8) e da República Tcheca e da Hungria, empatadas (11,5 litros). Por ano, no país do vinho e do champanhe, bebe-se 11,1 litros de álcool.
Magros têm vida longa
A esperança de vida, no entanto, não pára de aumentar na França. O país tem a quinta maior logenvidade, depois do Japão, Espanha, Suíça e Itália. As francesa vivem, em média, 85,6 anos. Já a população masculina tem alguns anos a menos, com uma esperança de vida de 79 anos.
Teria a longevidade alguma relação com a magreza? Afinal os franceses parecem beber muito, mas são cuidadosos com a balança. O Índice de Massa Corporal (IMC) é um dos menores da OCDE, bem como a quantidade de obesos, de 14,5%, muito longe dos países onde esses números são alarmantes, como a Nova Zelândia (29,9%), os Estados Unidos (28,7%) ou o Reino Unido (24,9%).
Além disso, os gastos com a saúde estão muito aquém da média de todos os países da OCDE. A França desembolsou 7% de seu orçamento em 2013 com o setor, graças à cobertura da seguridade social e os seguros privados, de acordo com o relatório. Em média, os países membros da organização gastaram 20% com saúde.
Ao que parece a combinação dos fatores tem um saldo positivo para a França: um mistério que nem a OCDE conseguiu desvendar.
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