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Atos de islamofobia triplicam na França em 2015

A França viveu em 2015 um aumento das tensões religiosas. Os atos antimuçulmanos triplicaram no país no ano passado, atingindo 429 casos no final de dezembro, um recorde. A maioria das ocorrências (178) foi registrada no mês de janeiro, depois do ataque à redação do jornal Charlie Hebdo. Porém, o mesmo não se repetiu após os atentados de 13 de novembro em Paris. A profanação de túmulos, os incêndios criminosos e grafites injuriosos são as agressões mais comuns.

A Grande Mesquita de Paris abriu suas portas no dia 10 de janeiro de 2016 a não praticantes do islamismo.
A Grande Mesquita de Paris abriu suas portas no dia 10 de janeiro de 2016 a não praticantes do islamismo. REUTERS/Charles Platiau
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O antissemitismo continua forte no país, segundo dados do ministério do Interior. Mesmo tendo diminuído 5%, os atos antissemitas se mantêm em um nível elevado, com 806 casos registrados no ano passado. As autoridades também constataram uma alta de 20% dos atos de vandalismo contra igrejas e cemitérios católicos.

Situação preocupa líderes religiosos

"Os atos antimuçulmanos devem ser combatidos e denunciados por toda a nação, e não somente pelos muçulmanos", afirma o presidente do Observatório Nacional contra a Islamofobia, Adballah Zekri. Ele denuncia o fato de ainda existir na França políticos que afirmam que o Islã é imcompatível com os valores republicanos.

Os judeus continuam sendo designados como as "vítimas fáceis", sempre em relação com o conflito israelo-palestino, lamenta o presidente da Liga contra o Racismo e o Antissemitismo, Alain Jakiubowicz. Ele disse entender que o medo leve integrantes da comunidade judaica francesa a não usar símbolos religiosos nas ruas ou a abandonar o país para viver em Israel.

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, garantiu que enquanto defensor da liberdade de culto no país, ele não pode aceitar essa situação e prometeu punições severas contra os autores de atos antirreligiosos. Segundo Cazeneuve, "as raízes cristãs da França são incontestáveis, mas isso não pode ser motivo de exclusão daqueles que não são cristãos". "Também não podemos esquecer a contribuição que eles deram à história do país", completou Cazeneuve em entrevista ao jornal La Croix desta quarta-feira (20).

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