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Em Paris, Hollande pede que Obama coloque um fim ao embargo a Cuba

O presidente francês, François Hollande, pediu nesta segunda-feira (1°) ao presidente norte-americano, Barack Obama, para ir "até o fim" e "acabar" com o embargo comercial dos Estados Unidos a Cuba. O pedido foi feito durante a coletiva de imprensa concedida pelo chefe de Estado francês e o presidente cubano, Raúl Castro, em visita à Paris.

O presidente cubano, Raúl Castro, e o chefe de Estado francês, François Hollande, durante a coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu, em Paris, nesta segunda-feira (1°).
O presidente cubano, Raúl Castro, e o chefe de Estado francês, François Hollande, durante a coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu, em Paris, nesta segunda-feira (1°). ALAIN JOCARD / AFP
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Com informações dos enviados especiais da RFI ao Eliseu, Véronique Gaymard e Marc Fichet

"O presidente Obama deve, como ele mesmo disse, ir até o fim e apagar este vestígio da Guerra Fria", declarou Hollande ao lado de Castro. Para o chefe de Estado francês, essa decisão permitirá que Cuba ocupe seu espaço como país na comunidade internacional.

Em janeiro, Obama apelou mais uma vez ao Congresso americano em favor da suspensão do embargo econômico contra Havana, um ano após o início de uma normalização diplomática histórica entre os dois ex-inimigos da Guerra Fria. O embargo proíbe os americanos de investir e fazer turismo na ilha, e Washington ameaça as empresas com filiais nos Estados Unidos com multas pesadas caso de aventurem a fazer negócios em Cuba.

Mais de dez acordos assinados entre Paris e Havana

Para Cuba, a visita de Castro à capital francesa foi crucial. Depois de uma hora de reunião, mais de dez acordos foram assinados entre o presidente cubano e o francês. "Queremos acompanhar Cuba em direção à abertura, o desenvolvimento, e isso começa primeiro pelos intercâmbios econômicos", disse Hollande.

O compromisso encontrado sobre a dívida cubana foi o ponto de partida desta primeira visita oficial de Castro a Paris. A França é o país para quem Cuba mais deve. Paris está disposta a anular € 3,7 bilhões de euros de juros atrasados de Havana.

O presidente cubano quer ir ainda mais longe. Ele propõe a criação de um fundo em comum entre os dois países de € 212 milhões para projetos de investimento em Cuba para transporte, turismo e outros setores. Nesta tarde, os dois líderes também assinaram um acordo para a abertura de um escritório da Agência Francesa de Desenvolvimento em Havana.

Visita melhora a imagem de Cuba diante da União Europeia

Para Castro, a vinda à França visa sobretudo reforçar os laços entre Paris e Havana. Entretanto, mais do que o financiamento para projetos, essa relação privilegiada com os franceses permitirá evoluir também a posição comum da União Europeia sobre Cuba. "A França fará tudo o que pode para que os obstáculos [em relação a Cuba] sejam eliminados, destacou Hollande.

O presidente francês sublinhou que nenhum assunto foi descartado no encontro, inclusive as discussões sobre direitos humanos. Já Castro destacou que intercâmbios na área da cultura também devem ser privilegiados. "O próximo mês de maio será o das trocas culturais entre Cuba e França", anunciou Castro. "Hoje, viramos uma nova página", concluiu Hollande.

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