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França/reforma trabalhista

Governo francês não cede diante de movimento contra mudança trabalhista

O governo francês permanecia firme neste sábado (28) diante da revolta social contra a reforma trabalhista, em meio a uma nova semana de mobilizações convocadas pelos sindicatos, que querem manter a pressão sobre as autoridades para obter a retirada do projeto. Seis das oito refinarias do país continuam fechadas e o abastecimento de combustível preocupa empresas e particulares.

Sindicalistas fazem barricada diante de depósito de combustível em Donges, na França.
Sindicalistas fazem barricada diante de depósito de combustível em Donges, na França. REUTERS/Stephane Mahe
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O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, reuniu-se pela manhã com ministros e representantes dos setores petrolíferos (refinarias, distribuidores, armazenadores) e dos transportes (federações profissionais e portos). O objetivo foi fazer um balanço sobre a situação e as ações planejadas pelas empresas para garantir o abastecimento.

"Minha porta segue aberta, continuo disposto a discutir. Mas quando um texto foi discutido, gerou compromissos com as partes sociais, foi adotado pela Assembleia Nacional, considero que minha responsabilidade é ir até o fim", declarou o primeiro-ministro, Manuel Valls, em entrevista ao jornal Aujourd'hui en France.

Seis das oito refinarias no país continuam paralisadas reduzindo drasticamente a produção. O clima durante a semana foi de inquietação diante da escassez de combustível em pelo menos um quinto dos postos de gasolina no país.

Projeto divide também a maioria socialista

Há quase três meses, o texto que muda o código do trabalho, atualmente em discussão no Parlamento, divide a maioria socialista no poder. Ao mesmo tempo, os opositores ao projeto tentam paralisar o país para forçar sua retirada.

"Permanecerei firme porque é uma boa reforma", disse na sexta-feira (27), o presidente francês, François Hollande, ao fim da cúpula do G7 no Japão, reiterando seu apoio ao seu primeiro-ministro.

As forças de ordem desbloquearam na sexta-feira 15 depósitos petrolíferos (dos 100 que o país tem), mas 20% dos postos de combustível seguiam com dificuldades de fornecimento, segundo o governo.

"Seguiremos liberando esses locais com determinação", insistiu Valls, diante do alerta do setor hoteleiro e de restaurantes, que apontaram "cancelamentos importantes" em Paris e no oeste da França por culpa das greves e dos problemas de combustível.

População está hesitante diante da crise

Diante do racionamento de combustível, os franceses, reagiram de forma contraditória. Queixam-se nas filas para obter combustível, mas ao mesmo tempo são cada vez mais partidários da suspensão do texto. Sete em cada dez franceses querem a retirada do projeto "para evitar a paralisação do país", segundo uma pesquisa.

O conflito pode se propagar na próxima semana aos transportes. Na terça-feira, em um dia que se anuncia crucial, a menos de duas semanas do início da Eurocopa de futebol, estão convocadas greves na rede ferroviária, no metrô parisiense e na aviação civil.

No dia 14 de junho está previsto um novo dia de mobilização, com uma "importante manifestação nacional" em Paris.

 

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