Em clima de greve e ameaças, show na Torre Eiffel abre Eurocopa
Na véspera do início da Eurocopa, o risco de atentados e as greves que tomam conta da França e estragam o clima de festa em torno da competição. Além da paralisação dos ferroviários que vai prejudicar o deslocamento dos torcedores, o lixo se acumula nas calçadas de Paris e de Marselha.
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Um concerto gratuito do DJ e produtor francês David Guetta, no pé da Torre Eiffel, vai marcar o início da Eurocopa nesta quinta-feira (9). No local está instalada a maior “fan zone” do evento, locais onde serão retransmitidos os jogos do torneio.
O show é considerado um “teste” para a segurança do evento, que deve reunir cerca de 80 mil pessoas. O espectro de um novo atentado também paira sobre o campeonato. Depois dos ataques de 13 de novembro em Paris, o risco continua alto. No fim de maio, o grupo Estado Islâmico enviou uma nova mensagem “convocando” seus aliados para organizar novos ataques na França, período do Ramadã, o jejum muçulmano, que começou nesta segunda-feira (6).
As autoridades francesas mobilizaram mais de 90 mil policiais e agentes vão garantir a segurança do evento, em um esforço “sem precedentes”.Estádios, transportes coletivos, bares e as chamadas fans zones são vistos como alvos potenciais.
O zagueiro alemão Jérôme Boateng, que estavam em campo no estádio Saint Denis no dia 13 de novembro, declarou nesta quarta-feira que sua mulher e filhas não viriam assistir aos jogos da seleção por segurança. “Eu me sinto simplesmente melhor se minha família não vier”, declarou.
O presidente do comitê de organização da Eurocopa, Jacques Lambert, declarou que o fechamento das fans zone nas dez cidades onde haverá jogos nunca foi cogitado, o que gerou polêmica. “Considero um risco”, disse o ex-presidente Nicolas Sarkozy, líder do partido “Os Republicanos”, lembrando que a França está em estado de emergência.
Mais de 8 milhões de pessoas são esperadas durante a Eurocopa, entre eles dois milhões de turistas estrangeiros. O jogo de estreia será entre França e Romênia nesta sexta-feira.
3 000 hooligans terão acesso proibido
Outra preocupação das autoridades envolve a ação dos hooligans. Três mil deles estão proibidos de entrar na França durante o campeonato para evitar a violência e 180 policiais estrangeiros foram destacados para controlar os torcedores mais exatados. O estado de emergência na França está em vigor desde novembro e será prolongado até julho.
Greves e lixo nas calçadas
A greve dos ferroviários, que entra em seu nono dia, também vai prejudicar o deslocamento dos torcedores. Além disso, os pilotos da Air France também devem iniciar uma paralisação neste sábado, que deve durar quatro dias. No dia 14 de junho, o principal sindicato francês, o CGT, convocou uma greve nacional contra o projeto de reforma do código trabalhista proposto pelo governo.
Paralelamente, a greve dos lixeiros em Paris e Marselha contribui ainda mais para esse clima de “caos” em torno da Eurocopa. Diversos centros que recebem os dejetos estão bloqueados pelos grevistas. A situação é preocupante principalmente na capital, onde em alguns bairros a polícia chegou a ser mobilizada para liberar calçadas e passagens.
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