Escotismo muçulmano ajuda a combater a radicalização islâmica na França
A França recebe neste ano um dos maiores eventos do escotismo mundial, o Roverway, que reúne 5 mil jovens de 56 nacionalidades, de 16 a 22 anos. O movimento costuma ser associado ao cristianismo – mais de 80% dos jovens escoteiros franceses são católicos. Porém, judeus, muçulmanos e fiéis de outras religiões também são adeptos desse método educativo.
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Em um período em que a preocupação com o terrorismo está em alta em toda a Europa, a prática é vista como uma ferramenta para evitar a radicalização de jovens muçulmanos. A entidade Scouts Musulmans de France tem 25 anos de tradição e mais de 3 mil jovens inscritos.
Thomas Gillet, comissário internacional dos escoteiros muçulmanos franceses, afirma que o movimento “dá direcionamentos para os jovens e cabe a eles decidirem que caminho querem seguir”. “É uma forma de combater a radicalização. Não é a solução, mas é uma delas”, observa o comissário, em entrevista à RFI.
Valorização da vida em grupo
O representante explica que o escotismo ajuda o jovem a construir a sua identidade, por meio de ações que valorizam a vida em grupo, o serviço e os compromissos. “Eles chegam como uma terra virgem e nós os ajudamos a semear coisas boas nessa terra. Os que radicalizam é porque ninguém os ajudou a semear alguma coisa”, avalia.
Gillet ressalta que, no escotismo muçulmano ou qualquer outro, os jovens são estimulados a se interessar pelo resto do mundo e a conviver em paz com o diferente. Ele afirma que o fato de meninos e meninas realizarem as atividades juntos não foi um empecilho para conseguir apoio das mesquitas – para muitos muçulmanos, homens e mulheres que não têm laços familiares devem evitar o contato.
“Precisamos de aproximação das culturas, mas também entre os gêneros, para evitar distinções entre os sexos e incompreensões de uns em relação aos outros”, ressalta o comissário.
O Roverway acontece na cidade francesa de Jambville, na periferia de Paris. O evento se encerra em 14 agosto.
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