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Automóvel

Salão de Paris expõe um mundo do automóvel em plena mutação

O Parque de Exposições de Paris se prepara para acolher dezenas de milhares de profissionais e jornalistas durante o Salão Mundial do Automóvel. Essa edição do evento é marcada pela mutação atual do setor, com mudanças de hábitos dos motoristas, fantasma do escândalo da Volkswagen e a crise do Brexit pairando nos corredores.

Estandes se preparam para receber milhares de visitantes durante as duas semanas do Salão Mundial do Automóvel em Paris
Estandes se preparam para receber milhares de visitantes durante as duas semanas do Salão Mundial do Automóvel em Paris REUTERS/Benoit Tessier
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O salão abriu suas portas nesta quinta-feira (29) aos profissionais, antes de ter a inauguração oficial para o grande público neste sábado (1°). Até 16 de outubro os líderes do setor apresentarão as novidades tecnológicas impulsionados pelas boas cifras registradas após anos de crise.

Os fabricantes estão animados graças à recuperação do mercado europeu, novamente movimentado após a crise de 2008-2013. Afinal, as compras dos veículos particulares aumentaram 8,1% na União Europeia desde o início do ano. Mas os níveis anteriores à crise estão próximos, e alguns especialistas acreditam que o 'Brexit' poderá reverter essa tendência em 2017.

A possível saída da Grã-Bretanha da União Europeia (UE), aliás, recebe a atenção de todos. Os diretores do setor do automóvel britânicos se reuniram nesta quarta-feira (28) em Paris e reiteraram seu pedido pela manutenção da livre circulação de bens e pessoas na UE.

Volkswagen após a crise

Além do contexto europeu, os fabricantes devem enfrentar outros desafios. Um deles é virar a página do caso da Volkswagen que, um ano depois do escândalo de fraude de emissões que afetou 11 milhões de veículos de motor a diesel, tenta dar uma guinada de 180 graus aos motores elétricos. "Mobilizaremos todos os recursos disponíveis para resolver todos os problemas. Realizamos progressos importantes", disse o presidente de Volkswagen, Matthias Müller, na noite de quarta-feira em Paris.

Mas o setor entrou em uma era de desconfiança. Na França, uma comissão de especialistas confirmou que existem diferenças extremas entre as emissões poluentes reais e o indicado pelas fichas técnicas, o que gera dúvidas sobre fraudes cometidas por outros fabricantes.

As autoridades atualizarão em breve as normas, para torná-las mais rígidas. Os fabricantes deverão reduzir suas emissões nocivas de óxidos de nitrogênio (NOx), em favor da saúde pública, e de CO2, uma das causas do aquecimento global.

Adeus ao diesel

Os motores a diesel estão na mira do evento. "O Salão de Paris, com suas novidades, marca de certa forma o adeus dos fabricantes de carros a diesel", estima o especialista alemão de automóveis Ferdinand Dudenhöffer. Marcas como VW, Opel, Renault e Mercedes exibem em Paris seu compromisso com o carro elétrico. Outra grande tendência é o uso dos carros de aluguel em vez de carros próprios, um movimento que pode ganhar força com a chegada dos veículos autônomos na próxima década.

No total, cerca de 200 marcas estarão presentes no Salão Mundial do Automóvel de Paris. Ao menos sete (Ford, Mazda, Volvo, Aston Martin, Lamborghini, Bentley e Alpine) brilharão por sua ausência, céticas sobre a importância comercial do evento.

Os organizadores do evento afirmam que o salão, cujas raízes remontam a 1898, é o acontecimento mais popular do setor, com 1,25 milhão de visitantes em sua última edição em 2014. O Salão Mundial do Automóvel se organiza a cada dois anos, em alternância com Frankfurt.

(Com informações da AFP)

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