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França

Debate na TV entre Fillon e Juppé expõe diferenças no programa de governo

A imprensa francesa analisa nesta sexta-feira (25) o último debate na TV, ocorrido ontem à noite, entre os dois candidatos ao segundo turno das primárias do partido conservador Os Republicanos, François Fillon e Alain Juppé. O vencedor da votação, no domingo (27), representará os eleitores do centro e da direita na eleição presidencial de maio de 2017.

Alain Juppé e François Fillon se enfrentam no segundo turno das primárias
Alain Juppé e François Fillon se enfrentam no segundo turno das primárias REUTERS/Eric Feferberg/Pool
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A imprensa francesa nota que o debate entre Fillon e Juppé foi cordial, depois de quatro dias de troca de farpas entre os dois concorrentes. Eles esclareceram suas posições sobre temas espinhosos, como aborto, adoção por casais homossexuais e carga horária de trabalho do funcionalismo. Em política externa, o foco foram as relações com a Rússia. Fillon se declara disposto a dialogar com Vladimir Putin, enquanto Juppé é refratário à ideia por causa do apoio do Kremlin ao ditador sírio, Bashar Al-Assad. 

Segundo o diário econômico Les Echos, Fillon "demonstrou tenacidade" no debate. "A sinuosidade dos últimos dias desapareceu", constata a publicação. O ex-chefe de governo de Sarkozy defendeu um programa que pode ser interpretado como ultraliberal, mas que tem o mérito de ser bem ancorado nos anseios da direita tradicional, mesmo se as opiniões divergem entre eleitores da mesma tendência. "Fillon já cheira a vitória no domingo", estima o Les Echos.

O conservador Le Figaro também afirma em manchete que após uma semana de campanha dura, polêmica, os eleitores podem se felicitar por ter assistido a um debate menos tenso e mais sereno. Para o jornal, Fillon, que venceu a votação no primeiro turno das primárias e tem 65% de intenções de voto no segundo, mostrou-se capaz de unificar as diferentes correntes do partido para enfrentar a campanha presidencial.

Saúde pública e funcionalismo opõem candidatos

O jornal Aujourd'hui en France destaca em primeira página as diferenças nos programas dos dois concorrentes. Aumentar a carga horária do funcionalismo é uma delas. Fillon quer passar de 35 para 39 horas semanais, como já ocorre no setor privado. Mas Juppé é contra, alegando que o Estado não pode obrigar o funcionário público a trabalhar mais tempo pelo mesmo salário.

A saúde pública é outro ponto de desacordo. Fillon defende uma redução da participação do Estado na cobertura do sistema, para reduzir o déficit e aumentar gradualmente a participação de empresas privadas de seguro saúde. Juppé é contra. O prefeito de Bordeaux acredita que os cortes feitos pelo Ministério da Saúde nos últimos anos já penalizaram bastante os franceses. Ele promete reformar o sistema para torná-lo mais eficiente, sem aumentar a fatia paga pelo contribuinte.

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