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A Semana na Imprensa

Como no Rio de Janeiro, cidades da França adotam teleféricos

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Uma reportagem publicada na revista L’Express desta semana relata como o sistema de teleféricos vem sendo adotado por cidades francesas. O texto conta que a moda vem da América Latina, onde o dispositivo já existe.

Teleférico no morro do Alemão, no Rio de Janeiro, foi um dos exemplos usados na França.
Teleférico no morro do Alemão, no Rio de Janeiro, foi um dos exemplos usados na França. Rogério Santana/ rj.gov.br
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Depois de Brest (oeste) ter inaugurado em novembro o primeiro teleférico francês para transporte comum, mais quatro cidades do país se preparam para implementar o sistema. Em Toulouse (sudoeste), o dispositivo deve ser lançado em 21 dezembro. Em seguida, o modelo de transporte alternativo, até então usado apenas em locais turísticos, está previsto em Grenoble (sudeste), Orléans (centro) e Créteil (ao sul de Paris).

“A América Latina abriu o caminho”, conta a revista, usando o exemplo de Medellín, na Colômbia, Caracas, na Venezuela, La Paz, na Bolívia, ou ainda o Rio de Janeiro, “que estão entre as primeiras cidades a adotar” o sistema. Segundo o texto, essas localidades escolheram os teleféricos principalmente por causa das paisagens montanhosas, que dificultavam o acesso.

“Mas era também uma resposta a um problema social”, comenta Jean-Robert Mazaud, que prepara um livro sobre o tema. Para ele, os teleféricos são um transporte mais barato para os moradores, que permite reconectar os bairros mais pobres ao centro das cidades.

Um dos aspectos apresentados pelos defensores dos “bondes aéreos” é a questão do custo de implementação. Enquanto construir uma linha de bonde térreo (tramway) custa entre € 15 milhões e € 25 milhões por quilômetro, os teleféricos, que também existem em Nova York, Taiwan, Cairo e Argel, custam entre € 5 milhões e € 10 milhões o quilômetro. Além disso, trata-se de um meio de transporte relativamente ecológico e silencioso, lembra o texto. Por essa razão, vários novos projetos também são cogitados nos arredores de Paris.

Professores não querem que teleféricos distraiam alunos

Uma lei datando de 1940 proibia o sobrevoo de propriedades privadas na cidades francesas, o que limitava a ambição dos que defendem esse meio de transporte. Mas a mudança do texto em 2015 facilitou a instalação dos teleféricos na França, conta a reportagem.

Mas isso não impede que parte da população se oponha ao sistema, principalmente os que estão no trajeto dos veículos. Em Toulouse, um colégio, sobrevoado pelos cabos, fez uma abaixo-assinado alegando que o tráfego nos ares iria perturbar os alunos e os funcionários. A prefeitura da cidade teve que tranquilizar os pais dizendo que nenhuma cabine passaria diante das janelas das salas de aula.

“As tecnologias evoluíram bastante e nos permitem limitar os possíveis transtornos sonoros e visuais”, defende Frédérec Baverez, diretor executivo da Keolis France, empresa responsável pelo teleférico de Brest, ouvido pela revista. Prova disso: as cabines instaladas na cidade da Bretanha são equipados com um sistema de vidros inteligentes, que ficam automaticamente opacos ao passarem perto de residências.

Metrô transporta três vezes mais passageiros que os teleféricos

“Mas os teleféricos não são feitos para substituir os outros meios de transporte”, comenta a reportagem, lembrando que o dispositivo tem uma capacidade limitada. Enquanto o metrô pode transportar entre 15 mil e 20 mil pessoas por hora, as pequenas cabines dificilmente ultrapassam os 5 mil passageiros por hora, explica.

Além disso, completa o texto da revista L’Express, esse sistema só é interessante se for implementado como complemento da oferta de transporte existente e responder a uma problemática precisa, como ultrapassar obstáculos (estradas, rios, colinas e linhas férreas) ou alcançar zonas isoladas.

Esse é o caso do dispositivo carioca, que liga a estação ferroviária de Bonsucesso a vários pontos do complexo do Alemão. No entanto, o sistema teve que ser fechado temporariamente após a concessionária Rio Teleféricos alertar que não recebia a verba do governo há vários meses.

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