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França/Natal

Associação francesa ajuda estudantes estrangeiros a ter Natal menos solitário

Não é fácil estar em um país estranho na época do Natal, longe da família e dos amigos. Foi pensando nisso que uma associação francesa, criada em 1951 para aproximar jovens franceses e alemães depois da guerra, achou duas maneiras de ajudá-los a se sentirem menos sozinhos nesta época.  

Marina e André no jantar da associação francesa
Marina e André no jantar da associação francesa (Foto: Divulgação)
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A associação francesa Équipes d'Accueil et d'Amitié pour les Étudiants Étrangers (Equipe de boas-vindas para estudantes estrangeiros, em tradução livre) é formada por voluntários que entram em contato com famílias dispostas a receber os estudantes na data. Os membros também organizam uma típica ceia natalina francesa, promovida pelos membros da entidade. “Nosso objetivo é apoiar os estudantes estrangeiros durante a estadia em Paris, principalmente no ponto de vista linguístico. Nós os ajudamos a praticar o idioma, oralmente e na escrita. São na maioria das vezes mestrandos e doutorandos que precisam entregar uma longa tese”, explica Jaqueline Birée, presidente da associação.

“Além disso, organizamos outras atividades culturais, como visitas em Paris, conferências e debates, peças de teatro. Também propomos colocá-los em contato com outras famílias francesas, que vão convidá-los a almoçar, jantar ou passear pela cidade no período em que estiverem aqui, incluindo o Natal”, diz. Jaqueline conta que ela mesma e o marido receberão neste ano, em casa, para o almoço do dia 25, uma estudante coreana. "Assim ela não se sentirá sozinha, o que é muito difícil nessa época.”

A ceia de Natal faz parte do aprendizado cultural dos estudantes, e por isso a associação organiza um jantar para recebê-los. Neste ano, ela aconteceu no último dia 19, no sétimo distrito da capital, onde fica a sede da entidade.  “A maioria dos estudantes são asiáticos ou sul-americanos e o Natal deles não tem nada a ver com a realidade europeia. Então é uma ocasião de falar dessa tradição na França, e de seus elementos, como a bûche (sobremesa em forma de rocambole doce em vários sabores, típica do país), por exemplo", diz Jaqueline.

Purê de maçã e foie gras

A brasileira Marina Lauritzen Jacome, de João Pessoa, que veio a Paris em um programa de intercâmbio e trabalha como assistente de línguas em uma escola em Versalhes, conta que preferiu participar do jantar coletivo em vez da ceia em família. Ela está há apenas dois meses na cidade e participa de boa parte dos eventos da associação. “É uma grande comunidade de estrangeiros e franceses, voluntários, que nos apresentam a cultura local. É bem interessante”. Marina conta que aprende muito nos passeios: em um dos últimos ela aprendeu, por exemplo, a história do Art Nouveau “no contexto parisiense”.

A estudante brasileira participou da ceia de Natal e disse ter tido uma experiência “incrível”. “Conheci um pouco mais sobre a culinária francesa. Provei, por exemplo, o foie gras”, diz. Uma iguaria que ela confessa "não ter apreciado." Para ela, a parte mais difícil do Natal é o frio, mas Marina garante que tem facilidade de adaptação - talvez por já ter enfrentado na Suíça temperaturas de menos 15 graus. E também por ser brasileira.

“Não é um clichê: nós, brasileiros, nos adaptamos bem em qualquer lugar mesmo”, garante. “Não sei se é porque viemos de uma realidade bastante dura, e aqui temos facilidades em relação à educação, segurança e qualidade de vida. Não sei se essa adaptação teria sido bem-sucedida em um país com dificuldades ainda maiores do que o Brasil”.

Marina vai passar a noite do dia 24 com amigos, assim como seu compatriota André Severo, de Recife, que também participa da Associação e é estudante de Letras Português/Francês no Brasil.“Vou para Estrasburgo, onde tenho uma amiga”, declarou. Ele conta que participa toda semana das atividades propostas e todas as experiências enriquecem sua vivência em outro país. “Eles nos ajudam a ter contato com franceses, o que é bem difícil por aqui”, declara.

 

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