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Presidencial 2017

Suspeita de emprego fantasma de mulher de Fillon fere imagem do candidato

A imprensa francesa dedica suas manchetes nesta quinta-feira (26) aos últimos acontecimentos relacionados com a campanha presidencial francesa. A justiça abriu uma investigação que compromete a candidatura do conservador François Fillon, favorito nas sondagens.

O candidato presidencial da direita francesa, François Fillon, foi acusado por um jornal francês de empregar como funcionária fantasma a própria esposa, Penelope.
O candidato presidencial da direita francesa, François Fillon, foi acusado por um jornal francês de empregar como funcionária fantasma a própria esposa, Penelope. REUTERS/Charles Platiau/File PhotoO candidato presidencial da di
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O escândalo envolvendo a mulher do candidato conservador François Fillon, do partido Os Republicanos (LR), inspira editoriais em vários jornais. A justiça francesa abriu uma investigação por suspeita de "desvio de dinheiro público" contra a mulher do candidato, Penelope. Ela é suspeita de ter ocupado um emprego fantasma e de ter recebido cerca de 600 mil euros sem trabalhar, como assessora parlamentar do marido na Assembleia Nacional.

A denúncia foi publicada ontem pelo jornal Le Canard Enchaîne. Fillon rebate as acusações e afirma que entregará à justiça provas de que a mulher de fato trabalhou para ele, quando foi deputado (1998-2002), e posteriormente para seu suplente.

Para o jornal de esquerda Libération, se as suspeitas de que Penelope Fillon nunca compareceu ao trabalho na Assembleia forem comprovadas, será difícil o candidato, favorito da direita nas próximas eleições, dar a volta por cima a três meses da votação. O Libération lembra que "Fillon se apresenta como o candidato que representa a integridade em pessoa: honesto, sóbrio, rigoroso e guardião da moral pública".

O diário católico La Croix estima que o escândalo deve servir, mais uma vez, à reflexão sobre a contratação de familiares de políticos, sejam de direita ou de esquerda. Mesmo se a lei autoriza esse tipo de contratação, "é uma prática muito discutível e que deveria ser melhor regulamentada", diz o La Croix.

Aujourd'hui en France também critica o que considera "um velho hábito" da classe política francesa. "Esse sistema que consiste em empregar um familiar como assessor com dinheiro público é a herança de um nepotismo arcaico que acaba de manchar a imagem de François Fillon", escreve o diário popular.

O liberal Les Echos considera o caso um "golpe duro" para Fillon, que "arranha a imagem de homem íntegro 'que tem a coragem de falar a verdade aos franceses', o slogan de campanha do candidato". "Claro que ele terá a ocasião de se explicar e de provar sua boa fé; claro que a presunção de inocência deve incitar à prudência, mas as revelações fragilizam uma campanha que penava para entrar no ritmo", avalia o jornal.

Primárias socialistas

A imprensa também comenta o debate entre os finalistas da primária socialista francesa, o ex-premiê Manuel Valls e Benoît Hamon. O tom do encontro na TV foi cordial, mas Hamon e Valls deixaram bem claras suas divergências em relação a temas importantes para os franceses, como a laicidade, a política energética e o futuro do mercado de trabalho, notam os editorialistas.O debate, ocorrido na noite de quarta-feira (26), foi centrado na renda básica universal, defendida por Hamon.

Uma pesquisa do instituto Elabe para o canal BFM TV aponta Hamon como vencedor do duelo televisivo. Defensor de medidas sociais de redistribuição de renda, Hamon, ex-ministro da Educação, foi o mais convincente para 60% dos entrevistados, contra 37% de preferência declarada por Manuel Valls. O segundo turno acontece no próximo domingo.

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