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França/agressão

Agressão na periferia de Paris relança tensão entre policiais e população do subúrbio

Autoridades temem a explosão de uma nova onda de violência como a ocorrida em Clichy sous-bois, em 2005, na França, depois da agressão ao jovem Theo em Aulnay sous Bois, violentamente agredido por um policial.

Policiais montam guardam em Aulnay sous Bois.
Policiais montam guardam em Aulnay sous Bois. GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP
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Dezenas de pessoas foram detidas nos últimos dias na cidade, situada em Seine Saint-Denis, periferia pobre da região parisiense.

Os tumultos se multiplicaram depois do grave incidente envolvendo o jovem Theo, no último dia 2 de fevereiro. Durante uma batida policial, um dos agentes é suspeito de ter introduzido um cassetete no reto do rapaz, provocando lesões que poderiam ter sido fatais, segundo os médicos que o atenderam na delegacia.

O caso reaviva a memória da morte dos jovens Zyed Benna e Bouna Traoré, que morreram eletrocutados ao tentar escapar de dois policiais em Clichy, e relança o debate sobre a atuação da polícia neste e outros bairros.

Em entrevista ao jornal Le Parisien, alguns agentes, que patrulham a área com frequência, declararam que, em determinados locais, as intervenções são impossíveis sem tumulto.“Os jovens são sistematicamente violentos, é uma guerra de território”, disse ao jornal o representante do sindicato de polícia Alliance. De acordo com ele, o tumulto em Aulnay pode desencadear a violência em outros subúrbios.

“O policial é o inimigo”

Outros membros do sindicato afirmam que, em alguns bairros, “a polícia é o inimigo” e eles sempre são alvo de insultos. Qualquer tentativa de abordagem pode acabar em violência, dizem, que muitas vezes justifica o uso de balas de flash-ball, por exemplo. Certa vez, descreve um policial, um carrinho de supermercado foi atirado do primeiro andar contra uma viatura.

"Jovens tratados de maneira diferente"

O outro lado da história não convence uma boa parte da população. É o caso de Virgil, 30 anos, professor em Seine Saint-Denis, que participou de uma manifestação ontem em Paris reunindo 250 pessoas, convocada por um coletivo anti-facista. Em uma entrevista ao jornal Le Monde, ele afirma que uma parte da polícia “é racista” e que os jovens dos subúrbios não são tratados da mesma maneira que os outros franceses.
 

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