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Le Figaro destaca recrutamento de nova geração de espiões franceses

Espionagem é o tema da manchete de capa do jornal Le Figaro desta segunda-feira (13). Com o título "A França recruta uma nova geração de espiões", o diário francês entra nos bastidores da profissão, em tempos de terrorismo.

Capa do jornal Le Figaro desta segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017.
Capa do jornal Le Figaro desta segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017. Reprodução
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"Diante do aumento das ameaças de terrorismo e dos crimes virtuais, a Direção Geral da Segurança Exterior da França, a DGSE, vai contratar, até o fim de 2019, cerca de 600 novos espiões de perfis variados", publica o jornal. O foco principal dos recrutadores de novos agentes secretos são "os jovens diplomados, que acabam de sair das grandes universidades francesas, com um perfil geek", afirma Le Figaro.

A "agência", como é conhecida a DGSE na França, "busca recrutar seus alvos na saída das boas universidades e grandes escolas francesas. Entre os perfis mais procurados, engenheiros em informática, experts em energia nuclear ou balística, matemáticos especializados em criptografia, hackers e mesmo linguistas ", afirma o jornal.

"A cyberguerra já começou e a França reforça seu sistema. A DGSE recrutará jovens espiões com o objetivo de antecipar os crimes e bloquear inimigos que avançam disfarçados nos cantos mais obscuros do planeta", escreve o diário francês. Mesmo com o país em crise, sofrendo cortes orçamentários severos, a "Agência" da Direção Geral da Segurança Exterior da França aumentou em 30% suas contratações, pontua o diário.

Carreira promissora

"Um espião em início de carreira ganha em média entre 35 mil e 40 mil euros por ano", detalha Le Figaro. A operação de sedução da DGSE atrai cada vez mais linguistas, com foco em persa, coreano, russo, chinês, o árabe e seus dialetos como o sírio-libanês, o margrebino e o egípcio. "Nós somos confrontados a uma penúria no mercado de linguistas, onde prospectamos muito e contratamos pouco", explica ao Figaro o Coronel Henri, responsável pela formação de novos espiões na DGSE.

"A Universidade produz poucos alunos no nível de línguas que precisamos, ou então ela produz especialistas em poesia persa do século 16 quando precisamos de pessoas capazes de transcreverem informações técnicas sobre armas nuclares. Por exemplo, quando encontramos alguém que fala fluentemente o tamachek, a língua dos tuaregs, sua família se encontra ainda no país de origem, o que aumenta sua vulnerabilidade em termos de segurança", finaliza o militar francês em depoimento ao jornal.

Os testes de admissão à profissão de espião não são fáceis na França, como explica o Le Figaro. Entre os testes exigidos, além de um domínio total de algumas línguas, "os examinadores da banca assistem a uma encenação teatral dos candidatos para avaliar sua emotividade, sua capacidade à interagir com grupos desconhecidos e se eles conseguem manter atitudes naturais em todas as situações", detalha o jornal.

O objetivo é "ficar à vontade tanto dentro de palácios como em ambientes étnicos diferenciados", explica o Coronel Henri ao Figaro. "Todos os candidatos passam por testes psicológicos e se um deles se mostra muito agitado, se alguém se casa com um(a) chinês(a) ou se passa férias na Coreia da Norte, nossos agentes o colocam em alerta vermelho", explica o militar. "Os valores dos novos espiões são lealdade, exigência, discreção e adaptabilidade", finaliza Le Figaro.

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