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Brasileira e marido francês são condenados por prostituição em Paris

Uma brasileira com problemas psiquiátricos e seu marido, um ex-executivo da Air France, além de um "guia espiritual", foram condenados por prostituição nesta segunda-feira (27) pelo Tribunal Criminal de Paris. As penas variam entre um ano e três anos de prisão.

Brasileira e marido francês são condenados por manter rede de prostituição na França.
Brasileira e marido francês são condenados por manter rede de prostituição na França. REUTERS/Christian Hartmann
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O trio havia sido abordado e colocado em prisão provisória na última quinta-feira (23) pela brigada de repressão ao proxenetismo da França.

A brasileira, identificada pela polícia francesa como “Claudia”, condenada à pena mais alta, foi também multada em € 40 mil. O marido dela, Alain D., de 56 anos, demitido da Air France por causa do episódio, foi condenado a 18 meses de prisão, além de € 20 mil euros de multa.

Alain garantiu ao Tribunal Criminal de Paris que havia descoberto as atividades relativas à prostituição de sua esposa muito tarde e ter sido "surpreso pelos acontecimentos." Ao contrário da esposa brasileira, o ex-executivo da Air France nega as acusações contra ele.

A rede foi desmantelada a partir do testemunho de uma jovem brasileira à polícia. Ela afirmou que chegou à França há quatro anos para continuar seus estudos e alegou ter sido forçada pelo casal a se prostituir. Alojada em um apartamento na Rue de Rivoli, no bairro do Marais, em Paris, ela deveria receber cerca de cinco clientes por dia. Cada cliente pagava € 150. A brasileira condenada por prostituição nesta quinta-feira (27) seria encarregada de colocar anúncios na internet e alugar apartamentos para os encontros com clientes.

Entenda o caso

O ex-funcionário da Air France e sua esposa foram acusados de terem criado em 2013 e 2014 uma rede de prostituição que funcionava a partir do Brasil, trazendo jovens brasileiras para a França. O grupo teria aproveitado as tarifas especiais de bilhetes de avião exclusivas para os funcionários da companhia aérea Air France e suas famílias.

O ex-executivo da Air France afirmou, durante a audiência, que entre os nomes presentes na lista de pessoas que viajaram dessa forma, muitos seriam pessoas próximas à sua esposa. O juiz do caso afirmou, no entanto, que "pelo menos duas das pessoas" que viajaram dessa forma teriam sido prostitutas na França.

O outro réu do processo, José W , apelidado de "Papa Junior," era apresentado às jovens brasileiras como um guia espiritual" do Candomblé. Ele era responsável por oferecer “apoio emocional” quando as mulheres não haviam “clientes suficientes”, por meio de um "ritual de purificação", pelo qual cobrava € 50 cada sessão. Ele foi condenado a um ano de prisão pelo Tribunal Criminal de Paris.

Os juízes avaliam o valor necessário de reparação aos danos da única vítima brasileira que aceitou se tornar parte civil no caso. Os três réus também foram condenados a pagar € 10 mil por danos à associação Equipes d’action contre le proxénetisme (ECAP).
 

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