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Eleições

Ex-premiê francês declara apoio a Macron, ignorando resultado da primária

Depois de ter rompido paulatinamente com o candidato do Partido Socialista Benoît Hamon, o ex-primeiro-ministro socialista Manuel Valls confirmou nesta quarta-feira (29) que votará no candidato centrista do movimento “Em Marche” no primeiro turno da eleição presidencial francesa, em 23 de abril.

Volta-face: Valls abandona candidato do seu próprio partido para apoiar o centrista Macron.
Volta-face: Valls abandona candidato do seu próprio partido para apoiar o centrista Macron. REUTERS/Vincent Kessler
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Manuel Valls justificou sua deserção por “não querer que a República corra nenhum risco” diante da alta intenção de voto alcançada pela candidata da Frente Nacional, Marine Le Pen, a líder da extrema-direita, que deve chegar ao segundo turno da eleição, segundo todas as pesquisas de opinião.

“O interesse maior do país, o interesse maior da França vai além das regras do partido, de uma primária e de uma comissão”, disse Valls numa entrevista para a BFMTV/RMC, tentando se justificar sua decisão de abandonar o candidato escolhido pelos eleitores na primária do Partido Socialista.

Apoio pouco desejado

O apoio de Valls segue o de outro socialista, o atual ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian. Valls, contudo, como ex-primeiro-ministro do presidente francês François Hollande pode trazer mais rejeição do que votos a Macron, que, sem jamais ter ocupado um cargo eletivo, promete um governo inovador.

“Não é a decisão de um ou outro que vai influenciar a composição do meu governo”, já havia dito Macron na terça-feira (28) durante uma coletiva de imprensa. “Eu acho que isso (o apoio de alguns socialistas) traduz o que eu disse há vários meses: que a primária não conseguiu reunir a esquerda. Por isso os sociais-democratas, as mulheres, os homens de esquerda responsáveis estão prontos para apoiar o meu programa”, concluiu.

“Sabotagem”, reagiu a campanha do candidato oficial do Partido Socialista

Em queda nas pesquisas de intenção de votos, o candidato do Partido Socialista, Benoît Hamon, havia previsto publicamente a defecção de Manuel Valls no domingo (26).

Nesta quarta-feira, em entrevista ao canal de TV France 2, o vencedor da primária do Partido Socialista comentou as defecções dos socialistas, dizendo que “no momento em que a democracia está em jogo, quando se constata que um grande partido, antidemocrático, como a Frente Nacional, pode chegar ao poder, não respeitar o resultado das urnas é, realmente, um problema”.

“Agora todos sabem o que vale a assinatura de Manuel Valls: nada! É o que vale um homem sem honra”, acusou o ex-ministro de Economia Arnaud Montebourg, que apoia a campanha de Benoît Hamon. “Trata-se de uma desprezível tentativa de sabotagem”, reagiu Mathieu Hanotin, codiretor de campanha de Benoît Hamon. “Eu só gostaria de dizer a Manuel Valls que essa tentativa de sabotagem não vai funcionar”, sentenciou.

Reta final

Pelas últimas pesquisas, a candidata da Frente Nacional está empatada com Manuel Macron do movimento independente Em Marcha, ambos com 25% das intenções de votos. Em terceiro lugar está o candidato do partido Os Republicanos, François Fillon, com 20%, apesar de ter sido indiciado pela justiça por desvio de verba pública. O candidato do movimento França Insubmissa Jean-Luc Mélenchon tem 15% das intenções de votos, enquanto o candidato do Partido Socialista Benoît Hamon reúne apenas 10% do eleitorado.
 

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