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França tem 40% de indecisos a 20 dias da eleição presidencial

A vinte dias do primeiro turno da eleição presidencial na França, candidatos e imprensa intensificam a cobertura da campanha. O jornal Le Figaro observa em sua manchete que nada está definido entre os três favoritos nas pesquisas: Emmanuel Macron, Marine Le Pen e François Fillon.

Capas dos jornais franceses desta segunda-feira, 3 de abril de 2017.
Capas dos jornais franceses desta segunda-feira, 3 de abril de 2017.
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"Nesta eleição inédita, 40% dos eleitores continuam indecisos e a abstenção maciça poderá desmentir todos os prognósticos", destaca o Le Figaro. O dado foi levantado pelo centro de pesquisas Cevipof, do Instituto de Estudos Políticos de Paris (SciencesPo), e também impressiona o jornal comunista L'Humanité, que vê os indecisos sobretudo entre os eleitores de esquerda.

Le Figaro nota que o centrista Macron está convencido de que passará ao segundo turno e irá duelar com Marine Le Pen, mas a metade de seus eleitores ainda pode mudar de ideia, na avaliação do jornal. O diário defende o conservador François Fillon, apesar de seu indiciamento por desvio de dinheiro público, e acredita que os ataques insistentes de Macron contra Fillon são um sinal de que o ex-primeiro-ministro ainda tem chances de chegar ao segundo turno. A favor de Fillon, de acordo com o Le Figaro, está o fato de Macron representar uma espécie de continuidade do governo Hollande, por ter sido ministro da Economia do presidente socialista e ter, portanto, responsabilidade no pálido balanço de combate ao desemprego e redução da dívida pública.

Macron consolida eleitorado

Em sua chamada de capa sobre a campanha presidencial, o diário econômico Les Echos lembra que na véspera do segundo debate na TV entre os candidatos, programado para esta terça-feira (4), Macron busca desqualificar Fillon, colando nele a imagem de um candidato "indigno de representar a França", após a descoberta de que empregou a mulher e dois filhos na Assembleia Nacional. No comício que fez no sábado (1) em Marselha, Macron "buscou dissipar a ideia de que é o herdeiro do governo Hollande e que teria dificuldade para formar uma maioria parlamentar nas eleições legislativas de junho".

Les Echos consultou o diretor de pesquisas do instituto Ifop Jerôme Fourquet sobre uma eventual volatilidade no eleitorado de Macron. Mas o especialista considera que esse momento já passou. Macron teria conseguido consolidar seu eleitorado em duas etapas: quando obteve o apoio de François Bayrou, líder histórico do centro, e no momento em que Fillon foi indiciado na Justiça. Para o analista, com a eliminação dos dois partidos tradicionais de esquerda e de direita (Partido Socialista e Os Republicanos), que governaram a França nas últimas décadas, o eleitorado francês atingiu a última fase de uma recomposição em torno de dois grupos sociologicamente bem definidos: os vencedores e os perdedores da globalização, alinhados respectivamente a Macron e Le Pen.

O jornal Aujourd'hui en France trata em sua manchete de um tema que considera sensível nesta campanha: afinal, a França tem ou não um excesso de funcionários públicos que compromete a saúde financeira do Estado? Em uma grande reportagem, o jornal mostra que os sucessivos programas de descentralização falharam, ao transferir as contratações para prefeituras e governos regionais. "Essas instâncias foram minadas pelo clientelismo" e se transformaram em cabides de empregos, "enquanto nas funções públicas prioritárias, como nos serviços de polícia e hospitais, faltam funcionários".

O jornal de esquerda Libération publica informações sobre o programa econômico dos quatro principais candidatos e estima que os franceses estão diante de propostas claras e distintas. "A França vai escolher nesta eleição se opta por uma redução das despesas públicas e da proteção social aos mais pobres, ou por uma política de redução dos impostos favorável à iniciativa privada e às camadas abastadas da população", afirma o Libération.

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