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Políticos da França reagem à nomeação de novo premiê, Édouard Philippe

Nesta  segunda-feira (15), a nomeação para primeiro-ministro de Édouard Philippe, pelo presidente Emmanuel Macron, provocou uma avalanche de reações de todas as correntes políticas. De críticas a elogios, passando pela prudência, a escolha foi o primeiro sinal da linha política do novo chefe de Estado, que será claramente definida com o anúncio da formação do seu gabinete, na terça-feira (16).

Édouard Philippe tomou posse como primeiro-ministro nesta segunda-feira, 15 de maio de 2017
Édouard Philippe tomou posse como primeiro-ministro nesta segunda-feira, 15 de maio de 2017 REUTERS/Benoit Tessier
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"Sou um homem de direita", afirmou o novo premiê francês, que pertence ao partido Os Republicanos (LR, Les Républicains). Um posicionamento claro no seu discurso de posse, sem espaço para ambiguidades.

Em entrevista ao canal de TV TF1, ele disse que aceitou o posto de primeiro-ministro devido à situação no país, que exigir que "se tentasse uma coisa que nunca havia sido tentada", com personalidades da direita, do centro e da esquerda, em um mesmo governo".

Apelo por votos nas legislativas

Marine Le Pen, da extrema-direita, foi a primeira a reagir: "A nomeação, sem surpresa, de Édouard Philippe, confirma a existência de um sistema "UMPS" (jogo de palavras que une a sigla do antigo partido de direita, UMP, com a do Partido Socialista, de esquerda, o PS). É uma aliança sagrada das velhas esquerda e direita, unidas em sua vontade de continuar no poder custe o que custar, e de prosseguir com as mesmas políticas de austeridade, de submissão à União Europeia, de imigração em massa, e de laxismo".

A grande perdedora do segundo turno também afirmou que "nas eleições legislativas, somente um voto patriota permitirá a formação de uma verdadeira oposição a Emmanuel Macron e ao seu governo".

Jean-Luc Mélenchon, da esquerda radical, comentou que, com esta nomeação, a direita acaba de ser anexada pelo presidente Emmanuel Macron."Não deem plenos poderes a Macron e ao seu primeiro-ministro, uma coabitação é necessária com uma esquerda majoritária nas próximas legislativas", disse o quarto colocado no primeiro turno presidencial.

Nicolas Dupont-Aignan, do partido A França Erguida, que apoiou a Frente Nacional no segundo turno, criticou que a escolha de Philippe é sem precedentes, mostrando a recomposição da vida pública. Ele fez um apelo aos eleitores do partido Os Republicanos, do primeiro-ministro, revoltados com essa 'traição', que se unam à sua formação.

Ares de "traição"

A nomeação de Édouard Philippe não foi digerida por todos os membros do seu partido Os Republicanos (LR). Muitos pensam que ele fará campanha contra seu próprio campo nas legislativas, como é o caso do senador Bruno Teailleau, do LR: "Parece que querem confundir a oposição ao invés de reunir as tendências. Parece que querem enfraquecer a direita antes das legislativas, desestabilizar os eleitores. Essa estratégia é perigosa porque os extremos não podem ter o monopólio da oposição".

O deputado Daniel Fasquelle, do LR de Pas-de-Calais, prevê que "Édouard Philippe agora vai fazer campanha nas legislativas contra os candidatos de Os Republicanos e da União dos Democratas e Independentes (UDI), de centro-direita, que ele apoiava na semana passada..."

Socialistas e esquerda desaprovam novo premiê

Do lado da esquerda, nenhuma condecendência ao novo chefe de governo.

O Movimento dos Jovens Socialistas considera que "Emmanuel Macron quer governar à direita. Édouard Philippe será o chefe da maioria, então, teremos uma maioria de direita".

O Partido Comunista Francês, em um comunicado, declarou que "com a nomeação, a presidência assume sua verdadeira posição: nem de direita nem de esquerda".

O grupo Europa Ecologia-Os Verdes deploram a escolha, afirmando que a nomeação de um político de direita confirma as intenções liberais de Emmanuel Macron.

Elogios e boa sorte para o governo também não faltaram

Alain Juppé, o prefeito de Bordeaux, que perdeu nas primárias para François Fillon, não escondeu sua satisfação com a nomeação "de um amigo e um homem de grande talento". Juppé afirmou que "o novo premiê conhece perfeitamente a engrenagem da atividade parlamentar e tem todas as qualidades para assumir a função difícil que o presidente da República acaba de lhe dar".

O presidente do grupo do Partido Socialista no Senado, Didier Guillaume,dá um voto de confiança para o escolhido, considerando que ele tem um perfil que pode reunir os progressistas da direita e da esquerda. Ele justifica seu apoio ao atual presidente "porque não temos escolha, nosso país tem que continuar a se desenvolver e, para isso, é preciso que o governo seja bem sucedido".

O MoDem, partido de centro, cujo fundador, François Bayrou, apoiou Macron logo no começo de sua aventura política, vê na pessoa de Édouard Philippe um sinal de ampla recomposição política. "Ele tem todo o nosso apoio. A França precisa de uma maioria central o mais ampla possível", declarou Marielle de Sarnez, braço direito de Bayrou.

Boa sorte e sucesso! Estes foram os votos do senador Jean-Marie Bockel, da União dos Democratas e Independentes (UDI), esperando que ele possa reformar a França graças a uma grande união.

 

 

 

 

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