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Macron/Putin

Em Versalhes, Macron e Putin discutem Síria e direitos humanos

O presidente francês, Emmanuel Macron, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, comprometeram-se nesta segunda-feira (29) a melhorar as tensas relações bilaterais, apesar de reconhecerem as divergências, durante conversa em um encontro no Palácio de Versalhes classificado como "extremamente franco" pelo anfitrião.

Os presidentes russo, Vladimir Putin (à esq.), e o francês, Emmanuel Macron.
Os presidentes russo, Vladimir Putin (à esq.), e o francês, Emmanuel Macron. REUTERS/Philippe Wojazer
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A primeira reunião entre os dois presidentes desde que Macron chegou ao poder deu outra oportunidade ao francês de demonstrar suas habilidades diplomáticas após o primeiro encontro, na semana passada, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, selado com um firme aperto de mãos.

Desta vez, o cumprimento foi mais afável, mas os dois líderes mantiveram um tom cauteloso diante da imprensa ao fim de uma hora de reunião, organizada no mesmo dia do 300º aniversário da visita do czar Pedro, o Grande a Versalhes.

Putin admitiu diferenças de opinião durante a conversa que versou, entre outros temas, sobre os conflitos da Síria e da Ucrânia. Ele insistiu, porém, em que as relações franco-russas resistem a "todos os pontos de atrito".
"Divergimos em um número de questões, mas pelo menos falamos sobre elas", declarou Macron.

"Nossa prioridade absoluta é a luta contra o terrorismo e a erradicação de grupos terroristas e, em particular, do Daesh", afirmou, referindo-se ao grupo extremista Estado Islâmico. Macron também alertou: "Uma linha vermelha muito clara existe do nosso lado, a utilização de armas químicas, por quem quer que seja".

O líder presidente se pronunciou a favor de "uma transição democrática na Síria", "mas preservando um Estado sírio".

Le Pen

Putin foi questionado por um jornalista sobre o fato de ter recebido oficialmente a extremista Marine Le Pen, candidata derrotada das eleições presidenciais na França, durante a campanha eleitoral, no dia 24 de março.

“Não foi a primeira visita, ela visita Moscou regularmente”, garantiu Putin. “Estamos prontos a receber todo mundo. E se ela pediu para ser recebida, porque iríamos recusar?”, justificou. “Além do mais, ela sempre foi a favor de um desenvolvimento maior das relações com a Rússia. Teria sido estranho rejeitá-la”, acrescentou.

Putin disse ainda que “não considera os pontos de vista de Le Pen totalmente sem sentido”, principalmente a respeito da União Europeia. “Mas é minha opinião pessoal”, ressaltou o russo.

Direitos humanos

Para Putin, as sanções contra a Rússia por causa da Ucrânia não contribuem em nada para solucionar a crise na região. Macron informou que um encontro entre Rússia, Ucrânia, França e Alemanha será realizado em breve para evitar uma “escalada” no país.

A respeito da espinhosa questão dos direitos humanos, Macron declarou que permanecerá constantemente em alerta a respeito na Rússia e na Chechênia. O presidente francês disse que Putin lhe prometeu “a verdade completa” sobre a repressão de homossexuais na Chechênia, além de assegurar ter tomado “várias iniciativas em favor das pessoas LGBT”.
 

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