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Ex-ministra da justiça, Christiane Taubira mescla poesia e política no Festival de Avignon

A ex-ministra da justiça da França, Christiane Taubira, figura emblemática da política francesa e autora da lei do casamento gay no país, é um dos grandes destaques dessa edição do Festival de Avignon. Conhecida amante da literatura e da poesia, ela foi convidada para selecionar centenas de textos que serão lidos diariamente, ao ar livre, por 70 atores e atrizes e alunos de Conservatórios. Taubira escolheu textos considerados “fundadores da democracia” e lembrou que “literatura e política bebem na mesma fonte”.

"On aura tout", evento com textos escolhidos pela ex-ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, em cartaz no Festival de Avignon 2017.
"On aura tout", evento com textos escolhidos pela ex-ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, em cartaz no Festival de Avignon 2017. Siegfried Forster / RFI
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“On aura tout” ("Teremos de tudo", em tradução livre) é o título desse evento, aberto ao público, que ocorre todos os dias no belo Jardim Ceccano de Avignon. Para a estreia da manifestação, nesse fim-de-semana, Taubira, acolhida com aplausos, já deu o tom do programa ao ler uma poesia de Léo Ferré, poeta anarquista francês e compositor: “A desordem é a ordem sem o poder”.

Ela aproveitou para lembrar que os “refugiados são nossos semelhantes”. E que a humanidade, nesse século 21, é convidada a efetuar um ato fundamental: “protegê-los”, lembrando uma frase do poeta chileno Pablo Neruda: "Eu quero viver num país onde não existam excomungados”. A ex-ministra, nascida na Guiana francesa, ressaltou os temas que estarão no centro dessa leitura: as mulheres, a pena de morte, a discriminação,os refugiados e as incertezas da democracia.

Christiane Taubira junto aos atores de "On aura tout", no Festival de Avignon 2017.
Christiane Taubira junto aos atores de "On aura tout", no Festival de Avignon 2017. Siegfried Forster / RFI

Política e poesia em praça pública

A leitura de textos no Jardim Ceccano de Avignon é um belo exemplo da diversidade desse festival. O diretor Olivier Py gosta de dizer que reserva uma parte da programação para um espaço mais vasto do que o teatro, a dança ou a performance, que ele chama de “espaço da indisciplina”.

Realizada pelo terceiro ano consecutivo, a manifestação resgata uma tradição do teatro popular na Grécia Antiga que levava à praça pública os questionamentos sobre a democracia. O formato é sempre o mesmo: a leitura de um grande texto, com duração de 50 minutos.

Para inaugurar o evento, cuja direção teatral fica a cargo de Anne-Marie Liégeois, Christiane Taubira fez questão de lembrar nesse sábado em Avignon, a importância de todos essas obras que a influenciaram em seu combate politico e em defesa dos direitos humanos.

Entre os autores selecionados Victor Hugo, Hannah Arendt, Jean Genet, Pablo Neruda ou o poeta senegalês Léopold Senghor, o primeiro africano a entrar na Academia Francesa. Ainda na programação, poetas ou escritores contemporâneos como a romancista turca Asli Erdogan ou o palestino Mahmoud Darwich.

“On Aura Tout” ficará em cartaz no Festival de Avignon até 23 de julho.

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