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Ministro francês da ecologia quer fechar 17 centrais nucleares até 2025

O ministro francês da Transição Ecológica e Solidária, Nicolas Hulot, comprometeu-se nesta segunda-feira (10) a fechar até 17 reatores nucleares, respeitando uma lei sobre a transição energética destinada a reduzir para 50% a parte de energia atômica na produção elétrica, até 2025.

O fechamento da central nuclear de Fessenheim, a mais antiga da França, está previsto para 2019
O fechamento da central nuclear de Fessenheim, a mais antiga da França, está previsto para 2019 wikipédia
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O parque nuclear francês é o segundo mais importante do mundo, depois dos Estados Unidos, e o átomo é a primeira fonte de produção de eletricidade.

Na última quinta-feira (6), Hulot apresentou um "plano climático" para os cinco anos de mandato do presidente Emmanuel Macron. Nele, estabelece orientações no setor energético, mas ainda sem detalhar como o governo pretende reduzir significativamente a produção nuclear em oito anos. "Todo mundo pode entender que, para respeitar este objetivo, vamos fechar um certo número de reatores (...) Deixem-me planejar as coisas. Serão, talvez, até 17 reatores. Temos de ver isso", declarou o ministro à rádio francesa RTL.

"Cada reator tem uma situação econômica, social e até de segurança muito diferente", afirmou o ministro, que quer "planejar" a transição para uma produção de energia elétrica mais diversificada. A energia nuclear representa 75% da produção elétrica na França, que tem 58 plantas nucleares. Algumas têm mais de um reator.

Uma lei votada de 2015, sob o quinquenato do presidente François Hollande, prevê reduzir esta energia de 75% para 50%, mas diversos especialistas consideram o objetivo muito ambicioso em relação à realidade.

Para Charlotte Mijeon, da rede ambientalista Sair do Nuclear, "o anúncio é extremamente interessante porque, pela primeira vez, temos um número, e espero que o ministro concretize este anúncio e vá mais longe", ela afirmou. O militante antinuclear, Gabriel Weisser, considera que, com essa determinação, "a França mostra que está no bom caminho".

Como é o parque nuclear na França

Composto por 19 centrais e com 58 reatores em atividade, o parque nuclear francês está velho: 3/4 dos reatores terão 40 anos de funcionamento até 2027. Todo o parque nuclear do país é administrado pela estatal EDF - Eletricidade da França. As exigências de segurança e os investimentos colossais necessários para prolongar a duração de vida das centrais levantam questões. Prolongar a duração de vida para mais de 40 anos é uma decisão atrelada à Autoridade de segurança nuclear (ASN), que deveria se pronunciar no ano de 2019 sobre a questão.

O fechamento da central nuclear mais antiga da França, em Fessenheim, situada sobre uma falha sísmica no leste do país, perto das fronteiras com Suíça e Alemanha, foi dificilmente negociada nos últimos dias do quinquenato de Hollande. O fechamento definitivo deve ocorrer em 2019, quando outra central, em Flamanville, no oeste, começar a funcionar. O fechamento de Fessenheim é fortemente criticado por políticos da região e sindicatos da EDF.

Reações e alternativas

Na França, a capacidade de produção de eletricidade a partir do carvão e óleo estão em baixa, e o desenvolvimento de energias renováveis, como a eólia e solar, enfrentam diversos desafios tecnológicos, especialmente em termos de estoque de energia.

"A maior dificuldade é a intermitência", explicou o pesquisador especializado em clima, François-Marie Bréon. Analisando que a eóleo e a solar são energias fatais - que chegam quando as condições meteorológicas são favoráveis - o especialista indica que é preciso haver outra alternativa como, por exemplo, as centrais térmicas de gás. Neste caso, Paris poderia ter dificuldades em respeitar seus compromissos de redução de gás de efeito estufa, ou seja, diminuir 40% em relação ao nível de 1990, até o ano de 2030.

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