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França

Macron volta atrás e decide aplicar pacote fiscal em 2018

A decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, de aplicar um pacote fiscal já a partir do ano que vem, e não mais em 2019, é a principal manchete da imprensa nesta terça-feira (11). O vaivém de Macron é criticado por alguns analistas, que lembram que o primeiro-ministro Édouard Philippe havia anunciado na semana passada o adiamento das medidas de flexibilização fiscal.

O pacote fiscal do presidente Emmanuel Macron é destaque na imprensa francesa desta terça-feira (11).
O pacote fiscal do presidente Emmanuel Macron é destaque na imprensa francesa desta terça-feira (11). Fotomontagem RFI
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O presidente centrista foi eleito com a esperança de enterrar os aumentos de impostos considerados abusivos da era Hollande e de administrar o Estado com mais eficiência. O sentimento dos franceses, pelo menos os de classe média, que pagam uma elevada carga tributária, é de que são sempre os mesmos que pagam a conta da má gestão pública. Os ricos driblam o fisco com operações de otimização fiscal.

A primeira dificuldade que Macron enfrentou ao assumir o cargo foi descobrir que o governo Hollande subestimou a previsão de déficit público no orçamento de 2017. O rombo é maior que o esperado. Quando se deu conta disso, o governo adiou a reforma fiscal para 2019, mas voltou atrás e vai aplicá-la no ano que vem.

Em entrevista ao jornal Aujourd'hui en France, o ministro das Contas Públicas, Gérald Darmanin, informa que em vez de aumentar a carga tributária para corrigir essa situação, o governo vai apertar o cinto e economizar € 4,5 bilhões. Dessa forma, mantém a promessa feita à Comissão Europeia de baixar o déficit público para 3% do PIB até o fim do ano e sem promover demissões. As economias, que vão atingir todos os ministérios, serão obtidas com uma melhor gestão das licitações e contratação de serviços, diz o ministro.

Aumento de impostos foi fatal para Sarkozy e Hollande

O jornal Le Figaro destaca que Macron ficou preocupado com as reações negativas suscitadas pelo adiamento da reforma do imposto sobre a fortuna (ISF) e da supressão da taxa de habitação para 80% dos franceses, como ele havia prometido durante a campanha.

O diário econômico Les Echos acredita que o presidente tomou consciência que ignorar a saturação dos franceses em relação aos impostos, um erro cometido por seus antecessores, pode comprometer todo o mandato presidencial. Alguns analistas criticam o "ziguezague" de Macron; outros dizem que as duas reformas em questão estão tecnicamente malestruturadas.

"Macron faz como os outros e governa de olho nas pesquisas", atacam desafetos do centrista. O governo não teria ainda calculado detalhamente de que maneira irá compensar as mudanças.

Fato é que a França ocupa a terceira posição em uma lista de 129 países do Fundo Monetário Internacional que mais cobram impostos para o financiamento das despesas públicas, em relação à produção de riquezas, ou seja, o PIB. O país só perde do Kuait e da Finlândia, destaca o jornalista Dominique Seux, do Les Echos.

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