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Imprensa

Le Figaro sugere fim da “lua-de-mel” de Macron com os franceses

Os principais jornais franceses desta sexta-feira (21) questionam as primeiras decisões e algumas atitudes do presidente Emmanuel Macron, consideradas autoritárias. Em sua manchete de capa, o diário Le Figaro estampa: "Macron: será o fim da lua-de-mel?".

Capa do jornal francês Le Figaro desta sexta-feira, 21 de julho.
Capa do jornal francês Le Figaro desta sexta-feira, 21 de julho.
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Le Figaro explica que a demissão do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da França, Pierre de Villiers, nesta semana, pode ser o início de uma crise. O general deixou o cargo depois que entrou em conflito com o presidente sobre o orçamento da Defesa, que sofrerá um corte de € 850 milhões em 2017.

Segundo Le Figaro, a visão sobre o chefe de Estado jovem, bem intencionado e com ideias novas, começou a ganhar um outro panorama na semana passada, quando, em resposta às reclamações de Pierre de Villiers, Macron respondeu: "Eu sou o chefe". Quatro palavras que, segundo o diário, foram suficientes para inaugurar uma onda de desconfiança em relação ao novo presidente.

Em editorial, Le Figaro publica: "no último dia 7 de maio, os franceses elegeram um homem que eles não conheciam. Cansados dos velhos partidos e suas deficiências, eles depositaram toda a confiança em Emmanuel Macron, este quase-desconhecido, que se contentou em prometer ao povo o fim do mundo antigo".

Para o diário, é isso que diferencia o novo presidente de seus antecessores: François Mitterand, Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande, que tinham uma carreira política consolidada e conhecida. Agora, diz o jornal, "ao mesmo tempo que descobrimos o presidente, descobrimos também o homem que ele é".

Visita à base militar

Para tentar aliviar a tensão ou a "humilhação" que, segundo o jornal Libération, o presidente impôs ao ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Macron visitou ontem a base aérea de Istres, no sul da França. No local, posando para fotos ao lado de militares, vestindo um macacão de aviador, Libération escreve que o presidente colocou mesmo foi a fantasia de Papai Noel: prometeu "respeito" aos soldados, afirmando que quer permitir que eles exerçam suas missões nas melhores condições.

Macron também garantiu que, se o orçamento dos militares sofrerá o corte de € 850 milhões em 2017, em 2018, receberá um aumento de € 1,8 bilhão. Um anúncio, que para Libération, deve ter revoltado o Ministério da Economia e das Finanças, que tem a missão de realizar € 20 bilhões de economias em 2018. Mas, para Macron, o aumento é o preço pago em troca da confiança dos militares.

O diário Aujourd'hui en France classifica a visita à Istres como a "operação reconquista" do presidente. Segundo o jornal, pouco adiantou se vestir de aviador: a recepção dos militares foi reservada, por vezes fria. A atitude, nota Aujourd'hui en France, não mudou nem mesmo após o anúncio do aumento do orçamento para a categoria em 2018: "governantes e promessas, os militares já conhecem essa história". Mas, segundo o jornal, a notícia deve servir ao menos para acalmar os ânimos.

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