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Um pulo em Paris

Supermercados de produtos orgânicos e veganos "pipocam" em Paris

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Paris tem novos supermercados de produtos veganos e de alimentos provenientes da agricultura orgânica. A rede Naturalia, que hoje pertence ao grupo Casino, abriu no final de junho lojas exclusivamente veganas, com um catálogo de 2 mil produtos de uso cotidiano 100% vegetais, em três bairros da capital - 11°, 17° e em Vincennes.

O grupo Naturalia abriu suas primeiras lojas veganas no final de junho em Paris.
O grupo Naturalia abriu suas primeiras lojas veganas no final de junho em Paris. facebook.com/NaturaliaVegan
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As lojas Naturalia e Biocoop, criadas nas décadas de 70 e 80, foram durante muito tempo as principais opções para os franceses que queriam consumir produtos cultivados sem agrotóxicos. Com a expansão do movimento vegano, que prega a rejeição completa de qualquer tipo de produto de origem animal, inclusive o mel, o mercado cresceu e se segmentou.

A rede Bio c'Bon, com preços mais competitivos, abriu lojas recentemente em Montmartre e Pantin, bairros mais populares. A marca Un Monde Vegan tem a maior loja de Paris no bairro do Marais. A Biocoop continua se desenvolvendo, com mais de 430 lojas em todo o país.

Hipermercados travam guerra de preços no selo "bio"

Nos hipermercados, as gôndolas de frutas e legumes produzidos sem agrotóxicos são identificadas pelo selo "Bio". Também já existem enlatados "Bio", biscoitos, cereais, enfim, uma extensa gama de produtos. Eles custam ligeiramente mais caro, mas a concorrência entre os grandes distribuidores - Carrefour, Casino, Auchan, Leclerc e Intermarché - é tamanha que todos possuem agora marcas próprias, mais acessíveis que as vendidas em lojas especializadas. O consumidor tem escolha. As padarias também já entraram na onda do pão sem glúten.

Aos poucos, as cantinas escolares adotam os produtos orgânicos. Algumas oferecem diariamente, outras com frequência varíavel. Mas a tendência vai na direção da alimentação orgânica, principalmente para crianças.

Um estudo recente da Agência Nacional de Segurança da Alimentação mostrou que o francês come mal. Ainda utilizam muito sal na comida, consomem poucos legumes e frutas e muitos alimentos industrializados. A questão vai além da informação, porque há vários anos o governo faz uma campanha na mídia lembrando que se deve comer  “cinco frutas e legumes por dia”. A recomendação é conhecida. Mas a falta de tempo para preparar as refeições ou problemas financeiros impedem uma alimentação saudável.

Modelo agrícola mais saudável e menos poluente

A França é o maior produtor agrícola da Europa e poderia se tornar, no futuro, o número 1 em agricultura orgânica. Na terceira posição desse ranking, os agricultores franceses perdem para a Espanha, líder, e para a Itália, segunda colocada.

Atualmente, o governo Macron promove uma grande conferência setorial em busca de um novo modelo para resolver o problema do empobrecimento dos agricultores, que têm abandonado o campo por causa do baixo rendimento da atividade e da concorrência. Mesmo recebendo subsídios públicos elevados, os agricultores franceses têm custos mais altos do que na Espanha, onde a mão-de-obra é mais barata. A conversão da agricultura tradicional para a cultura orgânica é uma das hipóteses em negociação pelos atores do setor, além de ser uma tendência ligada à saúde.

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