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França

Imprensa pede transparência a Macron na comunicação de reformas

A semana que se anuncia difícil para o presidente francês, Emmanuel Macron, é o principal destaque da imprensa nesta segunda-feira (28). Depois de perder 14 pontos de popularidade em um mês, com sua ação aprovada por apenas 40% dos franceses, Macron reúne seu ministério, hoje, em um seminário para discutir os decretos de reforma do Código do Trabalho, cortes no orçamento, as adaptações à lei antiterrorista e o problema da superlotação das universidades públicas, que deixou 6 mil estudantes aprovados no vestibular sem vagas nas faculdades.

Emmanuel Macron preside seminário ministerial nesta segunda-feira (28) no Palácio do Eliseu, em Paris.
Emmanuel Macron preside seminário ministerial nesta segunda-feira (28) no Palácio do Eliseu, em Paris. REUTERS/Christian Hartmann
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O jornal Le Figaro destaca que o jovem presidente, criticado tanto por políticos de esquerda quanto de direita, não pretende diminuir o ritmo de tramitação das reformas, apesar das manifestações de rua previstas para o mês de setembro.

A oposição cresce e indica semanas complicadas no horizonte de Macron, reitera o diário econômico Les Echos. Jean-Luc Mélenchon, líder da bancada da França Insubmissa na Assembleia Nacional, convocou um grande protesto para 23 de setembro. Antes, no dia 12, são os militantes da CGT que saem às ruas contra a reforma trabalhista, que pretende facilitar as contratações mas não traz garantias de proteção para quem já está empregado.

Nova pesquisa do instituto Odoxa para a rádio de grande audiência RTL, publicada hoje, revela que 56% dos franceses consideram que a atual legislação trabalhista inibe a criação de empregos, mas 63% deles não confiam em Macron para realizar as reformas necessárias.

Ajustes na comunicação

Os analistas são unânimes em apontar a necessidade urgente de mudanças na comunicação do governo. Macron precisa falar diretamente aos franceses para explicar em detalhes as reformas que pretende adotar e os benefícios que o país pode tirar delas. "Chega de filosofia e passemos à ação", recomenda o Le Figaro.

Em várias análises, os comentaristas lembram que Macron foi eleito no primeiro turno com pouco mais de 8 milhões de votos, distribuídos em uma base fragmentada. A votação no segundo turno, que o alçou ao Palácio do Eliseu, foi mais por voto útil contra a líder da extrema-direita Marine Le Pen do que um sinal verde para uma transformação profunda do país.

O partido do presidente (LREM), recém-criado, embora seja majoritário no Parlamento, tem quadros com pouca experiência política e ainda não conquistou a confiança dos franceses para aprovar as reformas.

O jornal Le Parisien recomenda a Macron "mostrar o jogo", como em uma partida de baralho, e revelar aos franceses com transparência os aspectos espinhosos das medidas, sem medo da rejeição. "Os franceses querem saber de maneira pedagógica aonde o presidente quer levá-los e levar o país", diz o editorial do Le Parisien. 

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