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França

Violência nas ruas marca primeira grande greve do governo Macron na França

Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades da França nesta terça-feira (12) para protestar contra a reforma do Código do trabalho. Tensões foram registradas entre a polícia e manifestantes. Esse é a primeira grande greve no país desde o início do mandato do presidente Emmanuel Macron.

Polícia prende manifestante durante protesto em Nantes, no oeste da França.
Polícia prende manifestante durante protesto em Nantes, no oeste da França. REUTERS/Stephane Mahe
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A central sindical CGT, que convocou a manifestação, afirma que o protesto registrou uma mobilização social “muito forte”. Segundo o sindicato, cerca de 400 mil pessoas participaram das manifestações, 60 mil apenas em Paris. Já o ministério do Interior afirma que 223 mil pessoas saíram as ruas no país. 

Em Marselha, no sul da França, as autoridades registraram 7500 manifestantes, enquanto os sindicatos reivindicam 60 mil pessoas nos cortejos. Já em Toulouse, no sudoeste, a polícia fala de 8 mil participantes, mas os organizadores afirmam que 16 mil estavam presentes.

A passeata parisiense, que saiu da praça da Bastilha, no leste da capital, começou sem problemas, mas foi interrompida várias vezes por confrontos. A polícia foi atacada com pedras e respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e jatos d’água.

Segundo as autoridades, cerca de 300 pessoas usando máscaras atacaram as forças de ordem. Vitrines e painéis publicitários foram danificados e pelo menos três pessoas foram detidas. Um manifestante ficou levemente ferido durante os confrontos e foi hospitalizado.

Em Marselha e Lyon militantes de movimentos anarquistas e antifascismo causaram tumulto e confrontos também foram registrados em Nantes, no oeste do país. Duas pessoas foram detidas em Lyon, no sudeste. 

Governo resiste

A jornada de manifestação visa contestar o projeto de reforma trabalhista que, segundo os sindicatos, vai desmantelar o código do trabalho e dar mais poder para o patronato. Mas para o governo, o texto vai ajudar na luta contra o desemprego. Os principais pontos de discórdia são a questão da flexibilização do trabalho, dos critérios das negociações entre patrões e empregados e as indenizações em caso de demissão abusiva.

O texto divide os próprios sindicatos. Apesar da mobilização da CGT, outras forças sindicais, como a CFDT e a FO não aderiram ao movimento nesta terça-feira.

Já o governo mantém sua posição desde o início das discussões. “Vamos aguentar”, declarou nesta terça-feira o ministro da Economia, Bruno Le Maire, sobre a contestação popular. O presidente Emmanuel Macron também avisou que não pretende recuar. “Estou determinado e não cederei. Nem aos preguiçosos, nem aos cínicos, nem aos extremos”, declarou o presidente na sexta-feira (8), durante um discurso em Atenas.

Uma segunda jornada de mobilização já está prevista para 21 de setembro, véspera da apresentação da reforma do conselho dos ministros.

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