Ministra da Saúde lança plano de ação contra pobreza infantil na França
A imprensa francesa destaca nesta terça-feira (5) os planos do presidente Emmanuel Macron para lutar contra a pobreza infantil no país. Enquanto no Brasil a crise econômica provocou um recuo histórico, levando a um aumento do número de crianças que trabalham, Macron quer mudar de estratégia no combate à precariedade no cotidiano das crianças francesas.
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A situação tornou-se urgente e um tanto vergonhosa para uma nação rica como a França. O país tem 3 milhões de crianças consideradas pobres.
Segundo o Instituto Francês de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee, na sigla em francês), a linha da pobreza é determinada na quinta potência mundial com base no salário mínimo, que equivale a € 1.015 euros líquidos por mês, quase R$ 4.300,00. Um terço das crianças afetadas pela pobreza vive em lares com renda mensal inferior a € 850 euros, cerca de R$ 3.850,00. Aos olhos de um brasileiro, pode parecer muito dinheiro, mas é preciso levar em conta o elevado custo de vida, principalmente de moradia e alimentação.
Os jornais Le Figaro e Les Echos explicam que a ministra da Saúde, Agnès Buzyn, uma das mais respeitadas do atual governo por sua competência técnica e espírito de solidariedade, foi encarregada de rever a estratégia do Estado nessa área. Ela convocou seis equipes técnicas temáticas para assessorá-la e vai realizar dez reuniões de trabalho nas regiões onde a pobreza é acentuada. O plano de ação estatal deve estar concluído em março.
A ministra da Saúde focaliza sua atenção em quatro aspectos. Em primeiro lugar, ela quer aumentar o número de vagas nas creches públicas para crianças pobres ou encontrar para elas uma alternativa de guarda que permita à mãe trabalhar em tempo integral.
Em seguida, instaurar um acompanhamento efetivo dos que vivem em condições de extrema pobreza, muitas vezes sem acesso aos programas sociais do governo e estabelecer um acompanhamento particular para os adultos que cresceram longe da família, seja porque foram afastados pela justiça ou pela morte precoce dos pais, e também daqueles que deixaram a escola sem diploma. Por fim, melhorar a governança de todas as estruturas de apoio social à infância.
Os planos anteriores, aplicados por sucessivos governos, conseguiram estabilizar a pobreza infantil em 14% da população. Mas, para o governo Macron, este não é um índice tolerável num país rico como a França. O presidente prometeu no Dia Internacional para Erradicação da Pobreza, celebrado em 17 de outubro passado, mudanças para melhorar a eficiência do Estado nessa área.
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