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França/assédio sexual

França: 267 mil foram vítimas de assédio sexual nos transportes

Pelo menos 267 mil pessoas, “essencialmente mulheres”, foram vítimas de agressões sexuais em 2014 e 2015 nos transportes públicos da França, segundo uma estimativa “por baixo” do Observatório Nacional da Delinquência e Consequências Penais (ONDRP, na sigla em francês, publicada nesta quarta-feira (20).

Pelo menos 276 mil pessoas foram vítimas de agressões sexuais nos transportes públicos na França.
Pelo menos 276 mil pessoas foram vítimas de agressões sexuais nos transportes públicos na França. MIGUEL MEDINA / AFP
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“Quase 160 mil sofreram gestos inapropriados (principalmente beijos forçados ou carícias), mais de 110 mil foram vítimas de exibicionistas e mais de 16 mil relataram outros atos como apalpamentos, relações sexuais ou tentativas não consentidas”, relata o ONDRP, precisando que 44% das pessoas foram vítimas de várias transgressões ao mesmo tempo.

Em 85% dos casos, as vítimas são mulheres. Para dois terços do total, o caráter sexual da agressão implica em contato físico com o transgressor. Segundo o estudo, principalmente homens foram “expostos a casos de exibicionismo”.

O relatório alerta que o "déficit de conhecimento sobre as características desses atos conduzem à banalização de um fenômeno que provoca traumas nas vítimas".

Estratégias diferentes para cada delito

Christophe Soullez, presidente da ONDRP, em entrevista exclusiva à RFI, fala sobre outra tática em voga, em que o agressor se esfrega com intenções sexuais em passageiros ou passageiras. “Isso acontece principalmente durante os horários de pico, em vagões em movimento”, explica. “Já outras violações acontecem mais em momentos mais calmos, em trens mais vazios, e o agressor se aproveita para se sentar ao lado da vítima”, acrescenta.

Soullez conta que as vítimas são principalmente mulheres jovens, entre 18 e 21 anos, da região parisiense. Além disso, 13% são menores de idade. De acordo com a estimativa, 94% das vítimas não conhecem o autor das transgressões.

O representante do Observatório explicou que policiais - ainda em pequeno número - à paisana circulam pelos transportes públicos para tentar flagrar os infratores. Soullez observa que é importante que as vítimas prestem queixa, pois se trata de um delito pouco registrado.

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