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Polêmica

Premiê francês dispensa avião do governo e paga € 350 mil por voo particular

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, está no centro de um escândalo que provoca uma grande polêmica na França. O premiê fretou um avião por € 350 mil (equivalente a mais de R$ 1,328 milhão) para fazer, na primeira classe, o trajeto entre Tóquio e Paris, recusando-se a embarcar em um avião do governo.

O primeiro-ministro francês, Edouard Phillipe, em foto de arquivo.
O primeiro-ministro francês, Edouard Phillipe, em foto de arquivo. Reuters/Philippe Wojazer
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"Assumo completamente esta decisão", declarou o chefe do Governo francês, Edouard Philippe, nesta quarta-feira (20), em entrevista à rádio francesa RTL. Segundo ele, as viagens do primeiro-ministro são sempre "complicadas" e "custam caro". "Mas compreendo perfeitamente que haja surpresas e interrogações", reiterou.

A viagem do premiê data do 5 de dezembro. Ele estava fazendo uma escala técnica em Tóquio, vindo da Nova Caledônia, e quis chegar mais cedo em Paris. O avião do governo que faz o transporte da delegação francesa estava previsto para decolar duas horas depois.

No entanto, o premiê e outros ministros resolveram embarcar na primeira classe de um voo fretado para chegar mais rapidamente à capital francesa, mesmo que isso tenha custado € 350 mil. Como previsto, o avião do governo pousou na capital francesa duas horas depois do voo fretado, quase vazio.

Premiê tinha um compromisso urgente

Segundo Philippe, ele precisava chegar mais cedo em Paris, antes da viagem do presidente francês, Emmanuel Macron para a Argélia, em 6 de dezembro. Na medida do possível, a regra pede que o primeiro-ministro esteja no território nacional durante a ausência do presidente, e vice-versa. "Tento fazer economias, mas os trajetos de um primeiro-ministro são sempre complicados e caros", justificou.

De acordo com uma fonte do governo, os dois voos custaram, no total, € 1,38 milhão (equivalente a R$ 5,24 milhões). O governo argumenta, no entanto, que os gastos foram menores do que a viagem de Manuel Valls à Nova Caledônia, em 2016, na época em que era primeiro-ministro. Também admitiu que o avião militar é antigo e não tem assentos confortáveis, como os da classe executiva.

A informação de nada serviu para apaziguar os ânimos sobre os gastos da viagem de Phillipe. "€ 350 mil para chegar duas horas mais cedo: foi caro o minuto desta viagem! Esses gastos são um problema em um momento em que pedimos para os franceses se sacrificarem e economizarem", reagiu o deputado Louis Aliot, da Frente Nacional, em entrevista à RFI.

Já o deputado socialista Stéphane Le Foll duvidou das explicações do primeiro-ministro para fretar o avião. "Um avião do governo com pilotos militares franceses decola quando você manda", declarou.

Já o deputado governista Richard Ferrand, do partido República em Marcha, defendeu o colega, alegando que ele voltou mais cedo para o país para "fazer seu trabalho". "A decisão do primeiro-ministro foi a serviço da França, e isso é do interesse público", afirmou.

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