França: funcionários bloqueiam prisões depois de agressão de jihadista
Policiais, carcereiros e outros agentes bloquearam dezenas de penitenciárias francesas nesta segunda-feira (15) para denunciar suas condições de trabalho. O movimento acontece quatro dias depois de uma agressão em uma prisão em Vendin-le-Viel, no norte da França, onde um preso jihadista atacou três vigias.
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Os sindicatos do setor pediram um “bloqueio total” de 188 prisões francesas e, até agora, pelo menos 35 delas aderiram ao movimento. Nas penitenciárias de Fresnes e Villepinte, na região de Paris, e em Marselha, a tropa de choque precisou intervir. Em Vendin-le-Viel, onde os vigias foram atacados, os funcionários colocaram fogo em objetos para bloquear a entrada. O diretor da prisão, Richard Bauer, anunciou sua demissão nesta segunda-feira (15).
A ministra da Justiça, Nicole Belloubet, deve visitar nesta terça-feira (16) a prisão onde aconteceu o ataque, cometido por um prisioneiro que se converteu ao Islã radical. Ele foi condenado em 2009 a 18 anos de prisão por cumplicidade no atentado contra uma sinagoga em Djerba, que deixou 21 mortos na Tunísia em 2002, e poderia deixar a penitenciária nas próximas semanas. Seu perfil, entretanto, era perigoso. Dentro da prisão, de segurança máxima, ele era escoltado por quatro policiais.
Perigo constante
De acordo com o secretário-geral do sindicato penitenciário Ufap-Unsa, Jean-François Forget, os funcionários das prisões sofrem, em média, entre 4 e 5 mil agressões físicas por ano, além de quinze tomadas de reféns.
Em entrevista ao canal de TV francês BFMTV, Forget lamentou que os diretores das penitenciárias gerenciem as estruturas como “se fossem creches para bebês, em vez de presos experientes.” Ele disse que os funcionários precisam de mais segurança para trabalhar.
“Os detidos radicalizados estão poluindo a administração penal. Os condenados por terrorismo ou grande banditismo aproveitam essa oportunidade para fragilizar ainda mais a segurança dos nossos estabelecimentos”, declarou. Segundo ele, a greve continuará até que seja encontrada uma solução com o governo.
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