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França/ imigração

Brigas entre migrantes em Calais atingem “violência inédita”

Uma explosão de violência entre migrantes africanos e afegãos em Calais, no norte da França, deixou 22 pessoas feridas, das quais quatro jovens eritreus baleados que estão em estado grave. Eles têm entre 16 e 18 anos. Segundo o ministro do Interior Francês, Gérard Collomb, a violência no local atingiu níveis “inéditos”.  

A associação Salam distribue alimentos aos imigrantes no porto de Calais. Foto de 02/02/18
A associação Salam distribue alimentos aos imigrantes no porto de Calais. Foto de 02/02/18 REUTERS/Pascal Rossignol
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Parte da confusão ocorreu nas proximidades do antigo campo de refugiados conhecido como "a selva", que foi desmantelado no ano passado. Associações que trabalham no local afirmam que, mesmo assim, ainda há cerca de 800 migrantes vivendo em condições difíceis em Calais. O governo municipal indica o número de 600 pessoas.

Na manhã desta sexta-feira (2), em uma visita de emergência à cidade, o ministro do Interior da França denunciou o papel dos traficantes de seres humanos e de gangues nas violências repetitivas registradas nas últimas semanas. “A situação é extremamente grave”, declarou Gérard Collomb. “Nunca vimos esse grau de violências em Calais”, afirmou.

O incidente acontece apenas duas semanas depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, visitar o local. Na ocasião, ele ressaltou que "a França não permitirá, sob nenhuma hipótese, a reconstituição de uma nova 'selva' em Calais", referindo-se ao imenso acampamento que chegou a acolher 8 mil migrantes, antes de ser destruído. 

Tensão na hora das refeições

A polícia busca afegãos que teriam participado da briga, ocorrida na tarde de quinta-feira (1º). O confronto se iniciou durante a distribuição de refeições para os migrantes, ocorrida sob a supervisão de traficantes armados. Collomb declarou que, a partir de agora, o governo vai centralizar a distribuição dos alimentos, em parceria com associações humanitárias, para evitar novos focos de nervosismo.

O ministro disse temer um aumento ainda maior da violência, já que os habitantes de Calais estão cansados da tensão constante entre grupos de migrantes. “Há pessoas no limite da paciência que reagem a essa presença crescente e cada vez mais violenta de alguns migrantes, que vemos claramente que estão organizados em gangues”, comentou Collomb, que prometeu desmantelar esses grupos. O governo organizou o reforço do policiamento em Calais nesta sexta-feira.

O ministro afirmou que seis redes de tráfico de pessoas foram desmanteladas desde o início de janeiro. Durante todo o ano de 2017, houve 20 redes interceptadas.   

Com informações da AFP

 

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