França lança programa de controle de lobos, com sacrifício de 40 animais em 2018
O governo francês lançou esta semana um novo programa para controlar a presença de lobos no país. As autoridades preveem caçar e abater apenas este ano pelo menos 40 animais. A medida irritou os defensores da espécie.
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Diante do número crescente de reclamações de fazendeiros, cansados de encontrar restos de suas ovelhas abandonadas do campo após terem sido atacadas por lobos, o governo decidiu implementar um novo programa para controlar a presença do animal no país. “Sou obrigado a adotar medidas que me desagradam e confirmar que teremos que matar alguns lobos”, disse o ministro da Ecologia, Nicolas Hulot. “Não tem escolha perfeita”, resumiu, já sabendo que a decisão iria provocar críticas dos defensores dos animais.
De acordo com o programa, divulgado nesta segunda-feira (19), até 40 lobos poderão ser sacrificados apenas em 2018. Segundo o governo, essa meta visa perpetuar a presença do mamífero na França e, ao mesmo tempo, responder as reclamações dos fazendeiros.
Cerca de 10 mil cabeças de gado morreram em 2017, vítimas dos lobos. O número é 10% superior ao registrado no ano anterior. E mesmo se o Estado indeniza parcialmente os fazendeiros, os donos dos rebanhos exigiam medidas mais concretas.
Além de estabelecer cotas de lobos abatidos por ano, o programa prevê ajudas à proteção dos rebanhos, com vigias, cães e cercas elétricas. Além disso, a partir de agora, apenas os fazendeiros que adotarem essas medidas de segurança poderão se beneficiar das indenizações em caso de criações atacadas.
Espécie protegida, o lobo quase foi extinto do território francês nos anos 1930. Seu retorno ao país foi registrado há 25 anos, graças a vários animais que migraram da Itália. Atualmente, calcula-se que 360 lobos vivam na França, contra 292 registrados em 2016. E, se nada for feito, os especialistas estimam que a população da espécie chegará a 500 até 2023.
As associações de defesa dos animais criticam a decisão de abater 10% da população de lobos por ano, como preconiza o programa do governo. Para os grupos ecologistas, o ideal seria que apenas os animais que atacam os rebanhos fossem visados, afim de evitar o sacrifício desnecessário.
Já o sindicado dos agricultores diz que a medida do governo não é suficiente. Para os fazendeiros, abater 40 lobos este ano não significa que os rebanhos não serão mais atacados.
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