Deputados pedem legalização da eutanásia na França
Mais de um quarto dos deputados franceses pediram na quarta-feira (28) a retomada do debate a favor da eutanásia, proibida no país. Em uma tribuna no jornal Le Monde, os parlamentares pediram a aprovação de uma legislação sobre o tema e lembraram que alguns médicos na França já ajudam seus pacientes terminais a morrer.
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Os 156 deputados, vindos principalmente da maioria no governo, alegam que “a escolha das pessoas deve poder ser respeitada”. Segundo eles, a possibilidade de colocar fim em seus dias deveria ser autorizada principalmente quando a decisão é tomada por um paciente consciente, que não apresenta um quadro de depressão, e “quando os médicos confirmaram que há um impasse terapêutico” impossibilitando uma cura ou tratamento.
A tribuna diz que o país vive uma “hipocrisia”, pois “89% dos franceses consideram importante legalizar a eutanásia”. Os deputados também lembram que muitas pessoas em fase terminal de uma doença incurável já buscam e conseguem realizar o procedimento em outros locais onde a prática é autorizada. Três países próximos da França (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) autorizam, em casos precisos, a administração de medicamentos mortais em pacientes que solicitam o procedimento.
Além disso, segundo o texto, alguns doentes terminais já podem obter uma ajuda para morrer em hospitais franceses. “Essas eutanásias são realizadas de forma totalmente ilegal”.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos Demográficos (Ined), a cada ano entre 2.000 e 4.000 pessoas em fase terminal escolhem morrer na França, afirmam os deputados. “ É uma questão que deve ser tratada, como foi o debate sobre o aborto nos anos 1970”, prosseguem.
Os deputados pedem que um texto sobre o assunto seja votado ainda este ano. Mas o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, sugeriu que não apenas os parlamentares, mas também representantes da sociedade civil, façam parte do debate, pois trata-se de um assunto “extremamente delicado” e que talvez não poderia ser resolvido apenas com uma lei.
Em uma entrevista concedida ao jornal católico La Croix em março de 2017, em plena campanha presidencial, o atual chefe de Estado, Emmanuel Macron, disse que a criação de uma lei sobre o tema não estava entre suas prioridades.
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