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Saúde/Lyon

Estudante nicaraguense morre após diagnóstico de otite em hospital de Lyon: negligência médica?

Leana Bonilla Cruz, uma estudante nicaraguense de 19 anos, morreu no dia 23 de fevereiro após duas passagens pelo atendimento de urgência do hospital Edouard-Herriot, em Lyon, no sudeste da França. Diagnosticada erroneamente com uma otite, a jovem faleceu devido a um abcesso no cérebro. Sua mãe processo o hospital francês por “homicídio culposo” e uma investigação tenta verificar se houve erro médico ou negligência no atendimento da jovem.

Leana Bonilla Cruz, uma estudante nicaraguense de 19 anos, morreu no dia 23 de fevereiro após duas passagens pelo  hospital Edouard-Herriot, em Lyon.
Leana Bonilla Cruz, uma estudante nicaraguense de 19 anos, morreu no dia 23 de fevereiro após duas passagens pelo hospital Edouard-Herriot, em Lyon. Reprodução Twitter
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Leana estudava Letras na Universidade de Lyon 2 e havia pedido ajuda para enfrentar os sintomas da “otite” através das redes sociais. Depois de dois diagnósticos dos médicos do plantão de urgência do hospital francês, Leana foi enviada para casa. Retornou ao hospital já em coma no dia 21 de fevereiro, após duas passagens pelo mesmo hospital, nos dias 9 e 12 de fevereiro, quando se confirmou o quadro de hipertensão intercraniana devido à um abcesso no cérebro, que acabou por causar sua morte.

Segundo o médico-chefe do setor de urgências do Edouard-Herriot, Karim Tazarourte, os exames da estudante se encontravam “normais” no dia 12 de fevereiro, data da segunda passagem da estudante pelo setor de urgências. Os exames, reexaminados por um residente sênior do hospital, se encontravam “estritamente normais” segundo o hospital e a jovem possuía temperatura e pressão estáveis, e não apresentava vômitos.

Negligência e pedido de ajuda pelo Twitter

Twitter da estudante nicaraguense Leana pedindo ajuda, em 18 de fevereiro.
Twitter da estudante nicaraguense Leana pedindo ajuda, em 18 de fevereiro. Reprodução Twitter

A mãe de Leana denuncia à imprensa francesa que “os médicos não se dedicaram a tentar diagnosticar corretamente” o mal do qual sofria a jovem estudante. “Eles não levaram em consideração seus sintomas, não notaram o caráter urgente da situação, e disseram à minha filha que uma otite não era uma urgência”, lamenta, após ter ouvido os testemunhos dos colegas de Leana que a acompanharam ao hospital Edouard-Herriot, em Lyon.

Segundo Carolina Cruz, mãe de Leana, a jovem teria vomitado toda a madrugada do 12 de fevereiro, véspera de sua segunda internação. O namorado da estudante a acompanhava ao hospital nesse dia, quando passou pela verificação médica de triagem e seu estado foi classificado como “tri 4”, ou seja, não urgente.

Mas depois de 24 horas, o estado da estudante se agravou novamente. Em seu Twitter, no dia 17 de fevereiro, a jovem nicaraguense escreveu “passei toda a sexta-feira na urgência do hospital, eles nem mesmo tentaram me ajudar, só me deram alguns remédios. Uma amiga teve a bela ideia de começar isso [uma vaquinha virtual], assim minha mãe poderá vir [à França] ficar comigo e ajudar a parar as alucinações, a dor e os vômitos. ”

Como Leana não conseguia se levantar, os amigos chamaram os bombeiros. A estudante morreu dois dias depois. A vaquinha virtual conseguiu obter cerca de € 2.852. Amigos da família na Nicarágua conseguiram levantar a quantia de US$ 3 mil para que a mãe possa trazer transladar o corpo da filha para o país. A mãe, Carolina, continua na França.

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