França homenageia vítimas de atentado no sul do país
Enquanto as autoridades tentam descobrir mais informações sobre o autor do ataque de deixou pelo menos três mortos e 16 feridos nesta sexta-feira (23) no sul da França, várias homenagens às vítimas começam a ser organizadas. Os policiais que participaram da operação de negociação com o atirador estão sendo vistos como heróis.
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Um minuto de silêncio foi feito antes do início do jogo amistoso entre França e Colômbia na noite desta sexta-feira no Stade de France, na periferia de Paris. O ato foi organizado pela Federação Francesa de Futebol em homenagem às vítimas dos ataques de Carcassone e de Trèbes.
O partido República em Marcha, do presidente Emmanuel Macron, que deveria organizar a partir deste sábado (24) uma operação batizada “Grande marcha pela Europa”, decidiu adiar o evento. “Em respeito a esse momento de luto e de solidariedade nacional, nós preferimos lançar essa manifestação outro dia”, explicou a direção da legenda em um comunicado.
Em Paris, a prefeita Anne Hidalgo anunciou que a Torre Eiffel teria suas luzes apagadas meia-noite para lembrar a memória das vítimas. Já o Conselho francês do culto muçulmano condenou o que considerou como ataques realizados “em nome de uma ideologia totalitária a qual nada justifica”.
“Terrorismo no país não enfraqueceu”
Um pouco mais cedo o procurador da República François Molins confirmou que o autor do ataque,Radouane Lakdim, gritou Allah Akbar (frase usada por jihadistas antes de atentados) e que teria dito ser membro do grupo Estado Islâmico no momento em que invadiu um supermercado na manhã desta sexta-feira. A organização extremista reivindicou o ataque.
Molins indicou que o jovem marroquino de 25 anos era fichado por radicalização por causa de sua proximidade com membros de movimentos salafistas. O procurador também anunciou que uma pessoa, próxima do atirador, havia sido detida e estava sendo interrogada. “Esse ataque nos lembra que o nível da ameaça terrorista no país não enfraqueceu e que agora essa ameaça se manifesta por indivíduos sozinhos”, declarou Molins, que acompanha os atentados recentes na França.
Militares são lembrados
O tenente-coronel Arnaud Beltrame é um dos heróis do dia. Ele se ofereceu para trocar de lugar com um dos reféns durante a negociação com o terrorista e foi baleado porRadouane Lakdim. O militar está hospitalizado em estado grave. O ministro francês do Interior, Gérard Collomb, disse que Beltrame cometeu um ato de “heroísmo” e que ele merece “o reconhecimento da nação”.
O presidente francês também saudou o professionalismo das diversas unidades da polícia que atuaram na operação, além da coragem do tenente-coronel. "Ele salvou vidas e honrou nosso país", disse Emmanuel Macron.
O ataque começou por volta das 10h35 pelo horário local (6h35 em Brasília), quando Lakdim roubou um carro após balear o motorista. Na sequência, ele atirou contra um grupo de quatro policiais que corriam perto do quartel de Carcassonne, ferindo um deles.
Armado com uma granada e um revólver de calibre 9 milímetros, ele invadiu um supermercado na cidade vizinha de Trèbes, onde cerca de 50 pessoas estavam presentes. Durante horas, Lakdim negociou com os policiais, que invadiram o local ao ouvir tiros. O terrorista foi abatido.
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