França recebeu mais de 100 mil pedidos de asilo político em 2017
A França registrou mais de 100 mil pedidos de asilo no ano passado, de acordo com os números finais divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ofpra, o Escritório Francês de Proteção a Refugiados e Apátridas. O balanço confirma um salto nas solicitações de cidadãos albaneses, bem à frente de países em crise como o Afeganistão ou a Síria.
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Um total de 100.755 pedidos de asilo foram registrados em 2017 pelo Ofpra, o que representa um aumento de 17,5% em relação a 2016, segundo o relatório anual do órgão. Um "ponto crítico simbólico foi atingido, sem que isso constitua um afluxo maciço", assegurou Pascal Brice, diretor-geral da instituição francesa.
A afirmação aparece na conclusão do relatório, pouco antes do exame do polêmico projeto de lei de asilo e imigração, que será debatido no próximo dia 16 de abril no Congresso francês. Uma consulta na Comissão de Leis do mesmo texto deu origem a longos debates na semana passada no país.
Os primeiros pedidos de asilo (excluindo menores e pedidos que devem ser reexaminados) chegaram a 73.802, constituindo uma alta histórica na França. O último "pico" havia sido alcançado em 2003, na esteira das guerras na ex-Iugoslávia, segundo o documento, que confirma as tendências reveladas em janeiro de 2018.
A demanda de asilo albanesa saltou para um total de 12.131 casos, um aumento de 60% em um ano, depois de já ter dobrado no ano anterior (2016). Esse fenômeno, atribuído em grande parte às motivações econômicas, experimentou "uma queda no segundo semestre", segundo o Ofpra. Em seguida vêm o Afeganistão (6.671 solicitações), a Síria (5.824), o Haiti (5.744) e o Sudão (4.823).
Outra confirmação do documento é o forte crescimento dos pedidos de asilo vindos dos países da África Ocidental e da França, particularmente dos cidadãos da Costa do Marfim, cuja demanda mais que dobrou (3.745), da Guiné-Bissau (+ 50%, com 4.292) e da República Democrática do Congo (4228).
Menores desacompanhados
"Estamos na contramão de outros países europeus", lamentou o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, em 9 de abril, enfatizando que o pedido de asilo em toda a União Europeia caiu pela metade há um ano.
Na França, o ano de 2017 também viu um aumento dos pedidos referentes aos menores desacompanhados, com um aumento de 24,7%, totalizando 596 pedidos. Paradoxalmente, isso também destaca o fato de que esses jovens não costumam solicitar oficialmente ajuda, já que cerca de 15 mil menores desacompanhados foram colocados no ano passado sob a proteção da Assistência Social da Criança, no país.
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