França: funcionários públicos organizam terceira greve contra governo Macron
Nove sindicatos convocaram manifestações em todo o país nesta terça-feira (22) para protestar contra medidas de economia propostas pelo presidente francês, que anunciou um corte de 120 mil vagas até 2022.
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Cerca de 140 protestos estão previstos nesta terça-feira em todo o país. Pela primeira vez, os dirigentes das principais centrais sindicais francesas desfilarão juntos em Paris. Entre eles estão Philipe Martinez (CGT), Pascal Pavageau (FO), Laurent Berger (CFDT), Luc Bérille (Unsa) e Philippe Louis (CFTC).
O cortejo deixará a praça da República, no centro da capital francesa, às 14h no horário local. A mobilização vai afetar os setores da educação, transportes, creches, hospitais e empresas públicas de comunicação. Também é esperada a adesão dos funcionários dos correios e de outros setores que devem ter diminuição do número de vagas.
No setor aéreo, a Direção Geral da Aviação Civil pediu às companhias aereas que cancelem 20% dos voos previstos nesta terça-feira no aeroporto de Orly, em Paris, Marselha e Lyon.
Projeto de lei deve favorecer cortes
Mais de 320 mil pessoas participaram da última greve nacional na França, no dia 22 de março. O país conta com cerca de 5,7 milhões de funcionários. As organizações sindicais denunciam “ataques sem precedentes contra o governo e os agentes públicos" desde que o presidente Emmanuel Macron chegou ao poder, em maio de 2017.
Muitas das mudanças na legislação foram feitas a base de decretos, recurso que deveria ser excepcional, o que provocou o descontentamento de vários setores. Empresas como a companhia de trens SNCF, por exemplo, já anunciou até junho, e talvez até julho ou agosto, paralisações intermitentes para protestar contra o governo. O movimento prejudica o cotidiano dos franceses, que utilizam, na sua maioria, os transportes públicos para ir ao trabalho.
Cerca de 49% dos franceses não apoiam essa nova jornada de mobilização dos funcionários, de acordo com uma pesquisa da agência ViaVoice para o jornal Le Figaro, BFM Business e HEC Paris publicada nesta terça-feira (22).
Além dos cortes de milhares de vagas, os sindicatos criticam o excesso de terceirizações de cargos, a introdução de uma remuneração baseada no mérito e a organização de planos de demissão em massa. O governo discute as medidas com os sindicalistas desde março. Um projeto de lei para efetivar as medidas está previsto para o primeiro semestre de 2019.
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