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Macron se controlou e não instrumentalizou politicamente vitória da França

Os jornais franceses desta terça-feira (17) em peso destacam a festa popular nas ruas de Paris para receber a seleção francesa de futebol, bicampeã do mundo. "O retorno dos heróis", "Prorrogação" e uma "história francesa" são algumas das manchetes dos diários que fazem análises das consequências políticas dessa vitória e sua comemoração.

Os jornais franceses desta terça-feira (17) destacam a festa popular nas ruas de Paris para receber a seleção francesa, bicampeã do mundo.
Os jornais franceses desta terça-feira (17) destacam a festa popular nas ruas de Paris para receber a seleção francesa, bicampeã do mundo. Fotomontagem RFI
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Le Figaro prefere simplesmente um grande “Merci” (obrigado em protuguês), estampado na primeira página, ilustrada com uma grande foto dos jogadores franceses descendo, no final da tarde de segunda-feira (16), a avenida Champs-Elysées em ônibus aberto e sendo aplaudidos por uma multidão de 300 mil pessoas. A chegada dos Bleus de Moscou e a recepção na França foi “triunfal”.

A festa na emblemática avenida parisiense revelou o entusiasmo que os 23 campeões do mundo provocaram em todo o país. “O futebol é muito mais que apenas o futebol. Durante um único jogo, um país dividido se encontrou, mas a história recente nos ensina que estes milagres duram apenas um instante”, constata o jornal conservador.

Em seu editorial, o diário aproveita para condenar as cenas de violência que mancharam a festa da vitória no domingo (15), em Paris, mas também em Marselha, Lyon e Grenoble, com vitrines quebradas, lojas saqueadas e confrontos com a polícia. “Cenas que se repetem a cada festa popular no país e isso é revoltante.”

Decepção de torcedores

“Os 23 heróis foram ovacionados por milhões de franceses”, escreve Aujourd'hui en France. O diário relembra, hora por hora, a chegada da seleção da Rússia, desde o desembarque no aeroporto Charles De Gaulle até a recepção no Palácio do Eliseu, onde eles foram recebidos pelo presidente Emmanuel Macron.

Mas a festa teve um gosto de decepção: o ônibus passou muito rápido pela avenida do Champs-Elysées e no final da noite, ao contrário do que havia sido anunciado, os jogadores não apareceram na varanda do hotel Crillon, na praça da Concórdia, para saudar mais uma vez milhares de torcedores que esperaram, em vão, por mais de três horas.

Mas esta foi a única falha da festa. “Aproveitemos esse momento. A França é bela quando é feliz”, escreve Aujourd'hui en France.

“Patriotismo inocente”

Libération completa perguntando: “temos que esnobar nosso prazer?” “A unanimidade é sempre suspeita, mas este patriotismo inocente da seleção francesa, que lotou por três dias seguidos a Champs-Elysées com um país mestiço, empolgado e unido, é simbólico. Verdade que este é um símbolo que não muda muita coisa na realidade cruel da sociedade, mas ele pode agir sobre as mentalidades e, quem sabe um dia, sobre o comportamento das pessoas”, espera o jornal.

“Esta é a França como ela deveria ser”, aponta Les Echos. Como Libération, o jornal econômico faz uma análise política dessa vitória. Salienta que este Mundial, que teve três seleções europeias nos três primeiros lugares, é uma revanche da Europa sobre o resto do mundo e ficará para história como a "revanche de um nacionalismo suave".

Futuro glorioso

“Essas foram as primeiras horas do resto da vida dos jogadores franceses", diz L'Équipe que já prevê um futuro de muito sucesso para esta jovem seleção; a Eurocopa em 2020 e a Copa do Mundo no Catar, em 2022.

Todos os jornais analisam a estratégia do presidente Emmanuel Macron diante desta vitória. Depois de um entusiasmo um pouco excessivo no domingo durante a final em Moscou, o presidente francês soube se controlar ontem e não pode ser acusado de ter instrumentalizado politicamente a festa, avaliam os editorialistas.

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