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França/escândalo

Macron dá "banana" para a oposição e irrita parlamentares

A oposição francesa denunciou nesta quarta-feira (25) a “banana” que o presidente francês, Emmanuel Macron, deu a seus opositores, se referindo às reações políticas em torno do caso envolvendo seu assessor de segurança. Alexandre Benalla foi filmado batendo em um manifestante no dia 1° de maio, com um capacete e uma braçadeira de policial. O vídeo foi divulgado pelo jornal “Le Monde” na semana passada.

Emmanuel Macron e Alexandre Benalla no Salão de Agricultura de Paris.
Emmanuel Macron e Alexandre Benalla no Salão de Agricultura de Paris. Ludovic Marin/Pool via Reuters
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O presidente francês falou sobre o caso pela primeira vez nesta terça-feira (24) aos parlamentares de seu partido, “A República em Marcha”. Ele continua sem dar explicações públicas, apesar da dimensão que tomou a denúncia, levando até mesmo à suspensão da análise da reforma constitucional. “Se estão buscando um responsável, ele está diante de vocês. O único responsável sou eu. Que venham me buscar. Eu respondo ao povo francês”, declarou o jovem chefe de estado.

“Alexandra Benalla é alguém que nos acompanhou durante a campanha, com muita coragem e engajamento. Ele nunca teve um apartamento de 300 metros quadrados em Alma (bairro chique da capital). Nunca ganhou € 10 mil e nunca foi meu amante”, ironizou Macron, provocando risos na plateia.

“Ele não deveria falar somente para sua corte”

Para o líder do partido Os Republicanos no Senado, Bruno Retailleau, a declaração de Macron é uma espécie de “banana” para a oposição. “Principalmente quando ele diz ‘venham me buscar’. É uma 'banana' para os jornalistas, a imprensa, e também para o povo francês. Ele não deveria falar somente para sua 'corte', seus aliados”, explicou em uma entrevista ao canal de TV France 2. “Estou aguardando sua explicação oficial diante dos franceses. O presidente não deve fugir de sua responsabilidade”, acrescentou.

Para o deputado do partido de extrema-esquerda, A França Insubmissa, Alexis Corbière, Macron deveria se pronunciar diante da CPI da Assembleia Nacional. “Um chefe de estado deve prestar contas. Quando uma questão dessa gravidade é colocado, ele não pode se esquivar, não pode desviar na hora de responder”, declarou à rádio Europe 1.

O secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, ressalta uma contradição entre a responsabilidade assumida por Emmanuel Macron e as declarações dadas pelo seu diretor de gabinete, Patrick Strzoda. Este último afirmou durante a sabatina na CPI do Parlamento que havia tomado a decisão de afastar Benalla por duas semanas no início de maio, depois da agressão contra os manifestantes.

Alguns dos ministros de Macron discordam da oposição. Para o ministro da Ação e das Contas Públicas, Gérald Darmanin, Macron assume a responsabilidade e isso é positivo. Para a secretária de Estado encarregada da igualdade entre homens e mulheres, Marlène Schiappa, a mensagem é que “ o presidente da República é o chefe de Estado e que não agirá para satisfazer quem quer que seja.”

 

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