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Aplicativo do governo francês dará € 500 aos jovens para incentivar atividades culturais

A França deve lançar no segundo semestre de 2018 o “Pass Culture” (abreviação de “Passaporte Cultura”), um aplicativo que dará aos jovens de 18 anos 500 euros para serem gastos em atividades culturais. Parte da promessa de campanha de Emmanuel Macron, a “bolsa” tem o intuito de levar os beneficiados ao teatro ou a cursos de dança e terá um limite de uso para serviços como Netflix ou Spotify.

Governo quer incentivar práticas culturais, como ir ao museu
Governo quer incentivar práticas culturais, como ir ao museu Musée d'Orsay / Sophie Boegly
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Ainda nesta semana, a ministra da Cultura, Françoise Nyssen, fez um anúncio bastante otimista a respeito do “Pass Culture”. “O objetivo desta política pública é abrir as possibilidades para que os jovens pratiquem mais atividades artísticas. Queremos evitar que o 'Pass' sirva apenas para o financiamento de atividades que eles já conhecem e com finalidades essencialmente lucrativas”, declarou.

O aplicativo reúne as ofertas culturais próximas de onde os jovens vivem e terá o crédito de € 500 por usuário. Ainda em sua fase de testes, o programa deve recrutar dez mil voluntários em cinco departamentos: Seine-Saint-Denis (periferia de Paris), Bas-Rhin, Hérault, Finistère e Guiana. Paralelamente, diversos artistas serão mobilizados a se inscreverem na plataforma para propor atividades aos jovens – o aplicativo será uma espécie de “GPS da cultura”.

O “passaporte” terá editorias, com um algoritmo voltado para a descoberta de “ofertas públicas de organismos reconhecidos pelo Estado ou apoiadas por coletividades locais”. As atividades culturais virtuais, como Netflix ou Spotify, serão permitidas mas terão um limite: apenas € 200 poderão ser gastos nos serviços da internet.

Beneficiados não poderão ir à Disney nem comprar qualquer jogo eletrônico

Os bens materiais como CDs, livros ou DVDs também terão um limite de € 100 euros. Os produtos comprados na Amazon terão que ser recuperados num ponto específico, como uma livraria. “No entanto, atividades culturais como teatro, shows, museus e práticas artísticas (cursos de dança ou de música) são ilimitadas”, disse Françoise Nyssen.

Visitas a parques temáticos como a Disneylândia de Paris serão proibidas, assim como assinaturas a jornais e revistas com notícias sobre celebridades. Produtos da área dos videogames só poderão ser comprados se tiverem a aprovação do Fundo de Ajuda aos Jogos Eletrônicos do Centro Nacional do Cinema (CNC).

O comitê de orientação, que tem nomes importantes da cena cultural francesa, gostou do projeto de maneira geral, mas criticou a ausência de uma solução para a questão da mobilidade – nem todos os eventos ocorrem em lugares centrais e nem todos os jovens moram em áreas com grandes ofertas culturais.

O ministério da Cultura assinou nos últimos meses diversas parcerias com festivais franceses, como o Les Nuits de Fourvière (música), o Festival de Aix (arte lírica), o Rencontres d’Arles (fotografia) e o Festival de Avignon (teatro), que farão parte das ofertas do “Pass”. O orçamento do projeto é de € 400 milhões e o resultado da fase de testes vai dizer se o Estado cobrirá todas as despesas ou se haverá um financiamento do setor privado.

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