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França recupera nível de vida médio de antes da crise, mas 9 milhões ainda vivem abaixo da linha da pobreza

Cerca de 9 milhões de franceses viviam abaixo da linha da pobreza em 2016, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira (11) pelo instituto de pesquisas Insee. A taxa representa 14% da população e sobe para 19,8% para os menores de 18 anos – isto é, uma criança a cada cinco. O estudo chega dois dias antes da apresentação do “Plano Pobreza” do presidente francês Emmanuel Macron.

Comida no prato é primeira despesa sacrificada por franceses com dificuldade financeiras
Comida no prato é primeira despesa sacrificada por franceses com dificuldade financeiras AFP/Philippe Desmazes
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Na França, é considerada pobre a pessoa que recebe menos de € 1.026 (cerca de R$ 5.000) por mês, o que representa menos de 60% do salário médio da população. A taxa de pobreza global teve uma ligeira redução: 0,2 pontos em relação ao ano anterior.

Para o Insee, a pequena diminuição se explica principalmente pela implementação do “prêmio por atividade”, uma ajuda social aos trabalhadores com salários baixos, criada em 2016. “A situação de pobreza permanece ligada ao fato de ter ou não um emprego”, diz o documento. Há dois anos, o problema atingia 38,3% dos desempregados, apenas 6,4% dos assalariados e 7,7% dos profissionais ativos.

Franceses economizam e, com isso, perdem nutrientes

Thierry Robert, diretor-geral da ONG Socorro Social Francês, afirma que os franceses mais pobres “fazem economias importantes e se privam de produtos importantes para o equilíbrio nutricional”. “As pessoas que ganham menos de € 1.200 por mês são 53% a declarar uma dificuldade em consumir alimentos ricos e 48% afirmam não fazer 3 refeições diárias. Vocês podem imaginar o drama que isso representa”, diz.

Um drama que tem consequências na saúde, provocando problemas de obesidade e de doenças que aparecem mais tarde na vida. “Quando tomamos mal o café da manhã e que comemos mal à tarde, isso gera problemas de carência importantes, com um impacto na saúde e no intelectual das pessoas”, afirma Thierry Robert.

A situação da família também é um fator importante no risco de ser confrontado às dificuldades materiais. Dessa forma, 34,8% dos pais e mães solteiros são pobres – 2 milhões de pessoas – uma taxa quatro vezes mais elevada que a dos casais que têm um ou mais filhos. A partir de três crianças, entretanto, o número de casais pobres sobre para 23,9%.

O salário médio na França era de € 1.710 (cerca de R$ 8.200) por mês em 2016, o mesmo de antes da crise de 2008. As famílias mais pobres foram as que viram o seu capital aumentar mais que o resto da população, mas ainda não recuperaram o mesmo poder aquisitivo de 10 anos atrás.

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