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Proibição de celulares ainda é polêmica para várias escolas francesas, diz jornal Le Parisien

O jornal traz na capa desta segunda-feira (17) uma reportagem sobre o uso dos telefones celulares nas escolas. Apesar da interdição dos aparelhos nessa volta às aulas, o cumprimento das novas normas tem variado de um estabelecimento para outro. 

O jornal francês Aujourd'hui en France faz um balanço dos primerios dias de aplicação da lei que proibiu os uso de celulares nas ecolas.
O jornal francês Aujourd'hui en France faz um balanço dos primerios dias de aplicação da lei que proibiu os uso de celulares nas ecolas. Reprodução RFI
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O novo artigo do código de educação francês que entrou em vigor no dia 3 de agosto implementa uma das promessas de campanha do presidente Emmanuel Macron: a  interdição de celulares em salas de aula do ensino fundamental, proibição que afeta diretamente 10 mihões de estudantes. 

Cada escola deve regulamentar a aplicação das novas normas, como mostra a reportagem feita em Paris e em Vendôme, no Vale do Loire. Se algumas escolas, mesmo antes da lei, já impediam o uso dos equipamentos, outras se negam a dar adeus aos celulares, que são tolerados nos momentos de recreação. 

Alguns pais se dizem preocupados de perder o contato com os filhos por causa da medida, enquanto o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, reforça a necessidade de tratar da dependência dos jovens às telas. Ele dá como exemplo os próprios membros do governo, que são obrigados a deixar os celulares de fora das reuniões ministeriais. "Me parece algo factível para qualquer ser humano", disse o ministro francês.

Onde guardar o celular?

Porém, a tarefa de depositar o celular num local seguro antes de entrar em sala de aula parece mais complicado quando se trata de um número tão grande de estudantes. "Se cada um deverá depositar o seu aparelho numa caixa especial, no começo do dia, perderemos uma hora de curso" , diz um conselheiro de educação de um estabelcimento que abriga 600 estudantes. 

Uma mãe de aluno entrevistada pelo Parisien confessa que havia proibido a filha de levar o celular para a escola, mas voltou atrás ao perceber que ela era a única da classe a realmente seguir as regras.

Já uma outra estudante conta que foi supreendida por um segurança da escola que lhe retirou o aparelho quando ela o utilizava na cantina, onde o celular era proibido. A reportagem explica que a partir da publicação da nova lei, os professores têm o direito de confiscar os celulares dos alunos como punição. 

Os professores devem dar o exemplo, mas eles têm autorização para usar os equipamentos com moderação. Há situações, no entanto, em que os estudantes poderão usar os celulares para fins pedagógicos, como no caso de portadores de necessidades especiais.  A proibição não se aplica aos jovens do ensino médio. 

Empresas lucrando

Algumas poucas empresas estão lucrando com as novas regras. É o caso de uma fábrica de Toulouse, no sul do país, que vende caixas de madeira a €29 (aproximadamente R$ 142) cada e viu as vendas aumentarem por conta dos pedidos das escolas. "Antes, vendíamos no máximo quatro ou cinco por mês às empresas de telefonia, mas desde junho já vendemos mais de cem unidades", explica o gerente. 

Na escola Saint-Joseph, em Vendôme, os alunos tem três opções: deixar o celular em casa, correr o risco de ter o equipamento confiscado, caso sejam flagrados com ele, ou depositar o celular num armário que será oferecido ao preço simbólico de €1 (R$ 4,88) por mês. 

    
  

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