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Presidente de associação que ajuda estrangeiros LGBT é atacado em Paris

O presidente da associação Urgência Homofobia, Guillaume Mélanie, que ajuda estrangeiros LGBT que sofrem perseguição em seus países de origem, foi golpeado no rosto na terça-feira (16) em Paris. Ele denunciou a agressão homofóbica – a quarta em menos de um mês – e uma investigação foi aberta.

Publicação no Twitter da página Urgência Homofobia
Publicação no Twitter da página Urgência Homofobia Reprodução Twitter
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A denúncia ficou por conta do comissariado do 1° distrito de Paris, de acordo com uma fonte judiciária. A agressão aconteceu por volta de meia noite em frente a um restaurante, no centro da capital, de acordo com Guillaume Mélanie, que publicou no Twitter uma foto de seu rosto ferido.

“Estávamos festejando a obtenção de uma permissão para ficar no território por um dos estrangeiros da associação. Estávamos no meio da calçada e um homem nos empurrou violentamente”, explicou a vítima. “Eu pedi calma e um outro homem, que estava com ele, disse ‘Você é uma bicha suja, tem que ser queimado’, e me deu um soco”, afirmou Guillaume Mélanie. “É preciso que nossas reclamações sejam ouvidas. Do contrário, o sentimento de impunidade vai perdurar”, disse.

Guillaume Mélanie contou à radio France Inter que seus amigos, todos homossexuais, fizeram uma barreira de proteção entre ele e seu agressor. “O que me dá pena é que eu estava com um dos refugiados, que partiu da Rússia porque ele estava ameaçado de morte. Ele chega na França, em Paris, e vê o presidente de sua associação ser agredido. É intolerável”, diz. “Devemos recebê-los e dizer que, enfim, eles estão num país livre, que as agressões terminaram. Mas agora, não sei mais o que vou poder dizer aos próximos”, lamenta Benjamin Gautier, que também faz parte da Urgências Homofobia.

Ataques começam a se tornar recorrentes em Paris

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, fez um apelo na quarta-feira (17) por uma “ação coletiva” contra a série de atos homofóbicos que vem assolando a capital. “Está fora de questão aceitar esse tipo de violência”, afirmou. Outros políticos também manifestaram apoio nas redes sociais, como Benoît Hamon, do partido Gerações, Luc Carvounas, do Partido Socialista e o ex-vice-prefeito de Paris, Bruno Julliard.

Várias violências de caráter homofóbico foram registradas em Paris nas últimas semanas. No dia 14 de outubro, um jovem de 21 anos foi perseguido dentro de um ônibus e agredido na rua. No dia 8 de setembro, um casal de lésbicas foi agredido e uma investigação de “violência voluntária cometidas por razão de orientação sexual” foi aberta na delegacia do 20° distrito de Paris. Já no dia 6, dois homens também foram espancados, no 19°. Em 18 de setembro, um homem sofreu agressão após abraçar o namorado em frente a um teatro.

O número de atos homofóbicos na França cresceu nos últimos dois anos. O relatório da associação SOS Homofobia revelou que houve um aumento em número de denúncias de agressões de 4,8% em 2017 – 1.650 no total – em relação a 2016, que havia registrado, por sua vez, 19,5% de casos a mais que o anterior, com 1.575 testemunhos.

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