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Prêmio francês de jornalismo acontece na Turquia em protesto contra censura no país

A 80ª edição do prêmio Albert-Londres, prestigioso para o meio jornalístico francês, aconteceu na Turquia nesta segunda-feira (22), para manifestar solidariedade aos jornalistas turcos, que sofrem censura do governo de Recep Tayyip Erdogan. A premiação também foi acompanhada do anúncio recente da morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

Os jornalistas Elise Vincent (centro), Jean-Baptiste Malet (esquerda) e Christophe Barreyre (direita)
Os jornalistas Elise Vincent (centro), Jean-Baptiste Malet (esquerda) e Christophe Barreyre (direita) BULENT KILIC / AFP
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De acordo com os organizadores da premiação, a escolha da Turquia marca uma “profunda solidariedade com os jornalistas turcos”. Trinta jornalistas franceses se encontraram com repórteres, escritores, desenhistas e diretores do país durante o evento.

Eles querem passar uma mensagem forte para essa sociedade civil que se revoltou em Gezi [parque de Istambul] em 2013 (...) É para dar uma certa segurança em sua luta contra esse Estado que se torna ou que já se tornou, após o suposto golpe de Estado de 2016, uma forma de totalitarismo teocrático”, disse o comunicado do Prêmio Albert-Londres.

O prêmio Albert-Londres já passou por vários países, incluindo a Tunísia em 2011, durante a primavera árabe, um momento de liberdade crescente e de maior expressão”, disse Anick Cojean, presidente do jury. “Exatamente o inverso do que acontece na Turquia nesse momento”.

A tentativa de golpe de Estado em 2016 teve como consequências a prisão e a condenação de vários jornalistas e a falência de vários veículos de imprensa. A Turquia ocupa o 157° lugar no ranking de liberdade de imprensa do Repórteres sem Fronteiras, que contém 180. O fotógrafo francês Mathias Depardon e o estudante de jornalismo Loup Bureau foram presos na Turquia no ano passado, mas foram liberados.

“Muitos de meus colegas não encontraram um lugar para se expressar. É por isso que eles não têm trabalho, ou estão em condições muito difíceis”, afirmou Can Dündar, ex-editor chefe do jornal Cumhuriyet, que se exilou em Berlim em 2016. “Atualmente, há uma nova tendência, da qual faço parte: vários veículos foram criados no exterior para colocar pressão no governo”.

Jornalista do Le Monde venceu a principal categoria

A vencedora da categoria principal desse ano foi a jornalista do Le Monde, Elise Vincent, por sua série de reportagens sobre o jihadismo e a radicalização na França. Marjolaine Grappe, Chrtisophe Barreyre e Mathier Cellard venceram na categoria “Audiovisual” com o filme “Os homens do ditador”, que fala do financiamento do regime da Coreia do Norte.

Jean-Baptiste Malet, autor de “O Império do Ouro Vermelho”, venceu a categoria “Livro”. A obra fala da economia do tomate no mundo globalizado.

O prêmio Albert-Londres foi criado em homenagem ao jornalista francês de mesmo nome, autor de um estilo de reportagem mais longa na França. O prêmio é de € 3.000 para cada um dos vencedores, que devem ter menos de 41 anos.

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