Com homenagem nacional, França lembra três anos dos atentados de 13 de novembro de 2015
Três anos após os atentados terroristas de 13 de novembro em Paris, os 130 mortos e mais de 400 feridos nos ataques são homenageados na capital francesa. O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, além de associações de vítimas, participam dos eventos.
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Há três anos, Paris era palco de um massacre realizado em vários pontos da capital - atentados coordenados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico. Na noite do 13 de novembro, nove homens atacaram o Stade de France, em Saint-Denis, além de diversos bares, restaurantes e a sala de shows Bataclan, nos 10° e 11° distritos.
As cerimônias começaram às 9h pelo horário da França (6h em Brasília). Um cortejo saiu do Stade de France, onde começou a série de ataques do fatídico 13 de novembro, matando uma pessoa e ferindo dez. Em seguida, a homenagem continuou nos bares e restaurantes que foram alvejados por terroristas e 39 pessoas morreram: Le Carillon, Le Petit Cambodge, La Bonne Bière, Le Comptoir Voltaire e La Belle Équipe. O evento terminou no final da manhã desta terça-feira diante do Bataclan, onde 90 pessoas foram mortas durante o show da banda Eagles of Death Metal.
As associações de vítimas Life for Paris e 13onze15 também realizam nesta terça-feira uma homenagem na prefeitura do 11° distrito de Paris. No local, discursos em homenagens aos mortos serão lidos e balões, representando os mortos e feridos, serão lançados ao céu. As homenagens terminam com a entrega oficial de medalhas às vítimas do terrorismo no Hotel Matignon, residência oficial do primeiro-ministro francês.
Stress pós-traumático e depressão
Em um relatório de saúde pública divulgado nesta terça-feira, pesquisadores franceses mostram que os atentados de 2015 deixaram graves sequelas psíquicas em familiares das vítimas, pessoas que estavam nas redondezas dos atentados e até em integrantes de equipes de socorro.
Segundo pesquisas realizadas entre 6 e 18 meses depois dos ataques com cerca de 190 pessoas - entre reféns, feridos, testemunhas e parentes de vítimas -, 18% da população exposta às violências sofrem de stress pós-traumático e 20% de problemas depressivos ou de ansiedade.
No entanto, de acordo com a agência Santé Publique France, mesmo pessoas que não tiveram contato direto com os atentados também foram atingidas, especialmente quem já apresentava um quadro psicológico vulnerável. "A quantidade e a intensidade dos sintomas aumentaram de maneira significativa com a grande exposição das imagens dos ataques na mídia", diz um dos autores do estudo, Enguerrand du Roscoat.
"Você não se recupera jamais. A ausência da pessoa amada não é uma doença. Mas o mataram e isso é injusto", diz Aurore Bonnet, cujo marido, Emmanuel, morreu no Bataclan. "A reconstrução não terminou, ela acontecerá durante o resto da minha vida", diz Anne, de 45 anos, que também estava no show do Eagles of Death Metal em 13 de novembro de 2015.
A expectativa para o início do julgamento de Salah Abdeslam, o único dos terroristas vivos, é grande. Ele está detido na prisão de Fleury-Mérogis, periferia de Paris. O processo deve começar em 2020.
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