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França

Marcados por confrontos, protestos dos “coletes amarelos” reúnem mais de 120 mil na França

O ministro francês do Interior, Christophe Castaner, divulgou na noite deste sábado (8) um balanço dos protestos dos "coletes amarelos”. Cerca de 125 mil pessoas saíram às ruas em todo o país e pelo menos mil foram presas durante os confrontos com a polícia. Mais de 100 pessoas ficaram feridas.

Os "coletes amarelos" manifestaram em várias partes da França, inclusive diante de pontos turísticos da capital Paris.
Os "coletes amarelos" manifestaram em várias partes da França, inclusive diante de pontos turísticos da capital Paris. REUTERS/Christian Hartmann
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Após mais um dia de protestos marcados por carros incendiados, bombas de gás lacrimogêneo lançadas contra manifestantes, vitrines do comércio quebradas e lojas saqueadas, o governo francês tenta tranquilizar a população. O ministro do Interior anunciou que 118 pessoas ficaram feridas e lembrou que no fim de semana passada esse número foi bem maior (201). Castaner também apontou que neste sábado, 17 policiais ficaram feridos, enquanto na semana anterior 284 foram atingidos.  

Esse balanço provisório se deve em parte ao número importante de representantes das forças de ordem presentes nas ruas das cidades francesas. Dos cerca de 90 mil mobilizados em todo o país, 8 mil estavam apenas na capital, onde cerca de 10 mil pessoas manifestaram durante o dia.

Cerca de mil pessoas detidas

Até as 20h pelo horário de Paris (17h em Brasília), 1.385 pessoas haviam sido interrogadas pela polícia na França (920 apenas em Paris) e 974 foram colocadas em prisão preventiva.

No entanto, esse balanço ainda é provisório, já que logo após o discurso do ministro do Interior, que falou ao lado do primeiro-ministro Edouard Philippe, novos confrontos foram registrados na praça da République, no centro de Paris. O local foi o ponto de dispersão de uma marcha pelo Clima, evento pacífico ligado à COP24, que acontece nesse momento na Polônia.

No final do cortejo pelo clima, vários “coletes amarelos” e baderneiros se juntaram aos manifestantes e começaram a enfrentar a polícia. Novas cenas de violência foram registradas na praça, que estava cercada por veículos militares blindados e policiais. 

Protestos bem além de Paris

Os “coletes amarelos” protestaram em outras partes do país, e alguns atos fora da capital também foram marcados pela violência. Confrontos entre manifestantes e policiais explodiram em várias cidades do sul da França, inclusive Bordeaux e Marselha.

Uma marcha que reuniu pacificamente milhares de pessoas nas ruas de Bordeaux (sudoeste) terminou em confusão no final do trajeto, na praça da prefeitura local, onde manifestantes lançaram coquetéis molotov. Alvo de ataques nas últimas jornadas de protesto, o pátio de acesso à prefeitura estava protegido por veículos da polícia.

Em La Canebière, avenida mais famosa de Marselha (sudeste), a polícia entrou em confronto com centenas de manifestantes, na maioria encapuzados, no começo da noite, após uma marcha pacífica da qual 2 mil pessoas participaram. Como em Paris, um veículo blindado entrou em ação para apoiar as forças de ordem.

Em Toulouse (sudoeste) a tensão também era palpável. A polícia tentava manter milhares de manifestantes fora do centro da cidade. A multidão lançou pedras e garrafas nas lojas, que haviam fechado as portas mais cedo. Os policiais responderam com bombas de gás.

Segundo as autoridades, cerca de 2.000 pessoas foram às ruas em Toulouse à tarde.

Macron se mantém em silêncio

O movimento popular dos "coletes amarelos" começou em meados de novembro na França em protesto contra a alta do preço dos combustíveis. Mas logo a mobilização ganhou força e se transformou em um protesto generalizado contra a queda do poder aquisitivo e contra as medidas econômicas impopulares do presidente francês Emmanuel Macron.

Com a popularidade em queda e em meio à pior crise de sua presidência, o chefe de Estado se mantém em silêncio desde o início do conflito. Ele prometeu falar com a imprensa na semana que vem.

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