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Imprensa

Como lutar contras as fake news?, pergunta jornal francês

O combate às notícias falsas - as "fake news" - preocupa a imprensa francesa. "Como lutar contra essa ameaça?", pergunta o jornal Le Parisien em sua manchete de capa nesta quinta-feira (27).

Reprodução da matéria publicada pelo jornal Le Parisien nesta quinta-feira (14).
Reprodução da matéria publicada pelo jornal Le Parisien nesta quinta-feira (14). Reprodução/Le Parisien
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O diário explica que o ano de 2018 foi marcado por uma quantidade inacreditável de fake news na França, fenômeno intensificado com a emergência do movimento dos "coletes amarelos". Le Parisien sublinha que o principal meio de difusão das fake news são as redes sociais, nas quais "mais de 4 bilhões de publicações são compartilhadas a cada dia, com informações verdadeiras ou falsas". 

O jornal questiona por que o público não faz a distinção entre o que pode e não ser confiável. "Por que as fake news são tão sedutoras?", pergunta. Le Parisien cita um estudo recente realizado pelo renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, nos Estados Unidos, segundo o qual as notícias mentirosas se propagam mais rapidamente do que as verdadeiras

A matéria cita como exemplo a grande quantidade de fake news disseminada a partir da criação do movimento dos "coletes amarelos", contra o aumento da taxa ecológica sobre o preço dos combustíveis. No meio de novembro, para contestar sobre a quantidade de participantes nas manifestações, uma foto ganhou forte popularidade no Facebook. Ela mostra milhares de pessoas reunidas no centro da cidade de Clermont Ferrand, no centro da França, como se fosse um protesto dos "coletes amarelos". No entanto, a imagem data de 2017 e corresponde à comemoração de uma das vitórias do time de rugby da cidade, cujo uniforme também é amarelo. 

"Essas falsas informações têm tanta importância quanto os 'coletes amarelos' dão pouca credibilidade às mídias tradicionais", afirma Le Parisien. "É desta forma que o público passa a confiar mais nos conteúdos que circulam nas redes sociais para se informar", explica ao jornal Arnaud Mercier, professor do Instituto francês da Imprensa.

Como verificar uma notícia

Le Parisien também traz um passo a passo para os leitores aprenderem a conferir a veracidade e a coerência de uma notícia. Como, por exemplo, procurar a fonte e o autor da publicação para saber se são confiáveis. Ou analisar o conteúdo, conferindo as datas, os locais, o nome das pessoas entrevistadas. E, principalmente, refletir antes de compartilhar para evitar a propagação de mentiras. 

O diário também destaca que uma lei contra as fake news foi adotada na França em novembro. Ela prevê, por exemplo, que a justiça seja acionada até mesmo em caráter de urgência durante uma campanha eleitoral, para evitar que conteúdos falsos sejam divulgados. 

Entrevistado pelo jornal, o secretário de Estado encarregado do Digital na França, Mounir Mahjoubi, afirma que as fake news podem ter sim um impacto sobre o voto e indica que a França detectou a ingerência de elementos estrangeiros e da extrema direita nas falsas informações divulgadas sobre os "coletes amarelos". Por isso ressalta que não apenas a França, mas toda a Europa vem reforçando mecanismos para observar as informações disseminadas nas redes sociais. 

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