"Coletes amarelos" preparam 13° sábado de protestos e pedem para encontrar Obama
Os “coletes amarelos” promovem o 13° sábado de manifestações na França. Os protestos do movimento vêm perdendo força nas ruas, mas o grupo começa a se organizar politicamente. Parte de seus membros se preparam para participar das eleições europeias de maio e pedem o apoio de personalidades, entre elas o ex-chefe da Casa Branca, Barack Obama.
Publicado em: Modificado em:
Mesmo se na semana passada os “coletes amarelos” reuniram menos de 60 mil pessoas nas ruas da França – número bem inferior aos mais de 280 mil manifestantes da primeira passeata em 17 de novembro –, o movimento, que contesta a queda do poder aquisitivo na França, convocou um novo protesto neste sábado (9).
Intitulado “Ato 13”, em alusão ao número de fins de semana de mobilização, a manifestação começa em Paris às 10h30 pelo horário local (7h30 em Brasília) diante do Arco do Triunfo, descerá a avenida do Champs Elysées, avançará pelas margens do rio Sena passando diante da Assembleia Nacional, antes de terminar o percurso aos pés da Torre Eiffel.
Como nos fins de semana anteriores, um forte dispositivo de segurança é previsto, principalmente em volta das instituições públicas, como a sede da presidência, o ministério da Relações Exteriores ou a própria Assembleia Nacional, que ficam próximos ao trajeto do cortejo. Três outros grupos devem se reunir em outras partes da capital e diversas manifestações também estão previstas no resto do país.
“Coletes amarelos” entram na política
Enquanto o movimento vê o número de manifestantes diminuir, principalmente nos últimos três fins de semana, nos bastidores seus líderes se organizam politicamente. Alguns deles formaram uma lista e pretendem se candidatar nas eleições europeias que acontecem em 26 de maio.
Em busca de legitimidade, o grupo de políticos potenciais, intitulado “coletes amarelos cidadãos”, tenta conquistar o apoio de personalidades de peso. Depois de receberem esta semana a visita do vice-primeiro-ministro italiano e chefe do movimento 5 Estrelas Luigi Di Maio – em um encontro que provocou uma tensão diplomática entre Roma e Paris –, em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (8) os “coletes amarelos” pediram para se encontrar com o ex-chefe da Casa Branca, Barack Obama.
“Seu olhar esclarecido de ex-presidente dos Estados Unidos sobre a situação do mundo atual e sobre as questões europeias é essencial”, escrevam os manifestantes franceses em uma carta enviada à fundação do líder norte-americano. Mesmo se consideram que o pedido de apoio de Obama é “ambicioso”, o grupo afirma que seguiu os conselhos do ex-presidente. “Como o senhor mesmo dizia, ‘Yes we can’”, escreveram os “coletes amarelos”.
Segundo uma pesquisa de opinião YouGov divulgada na quinta-feira (7), 64% dos franceses continuam apoiando o movimento e 77% consideram a mobilização justificada.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro