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Notre-Dame: as fake news que tentaram instrumentalizar a tragédia

O terrível incêndio na Catedral Notre-Dame de Paris, ocorrido na segunda-feira (16), foi seguido de uma enxurrada de rumores na internet. A principal notícia falsa compartilhada foi a tese de atentado, mas a pista de uma ação criminosa já foi descartada pela polícia.

O incêndio de Notre-Dame de Paris levantou teorias da conspiração
O incêndio de Notre-Dame de Paris levantou teorias da conspiração REUTERS/Gonzalo Fuentes
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O contexto atual que fez da França um palco de diversos atentados nos últimos anos contribuiu para o rápido compartilhamento de fake news em torno da tragédia de Notre-Dame. Várias notícias na internet recusam a pista de um simples acidente e supõem um atentado terrorista.

O influente site francês de extrema direita, Fdesouche, divulgou a especulação de que o incêndio teria tido dois focos, o que “provava” a hipótese de um ato intencional. A publicação foi rapidamente reproduzida no Twitter por Jean Messiha, do partido Reunião Nacional (ex-Frente Nacional), afirmando que a confirmação desse dado acabaria com a hipótese de um acidente.

Outro elemento utilizado para “comprovar” a tese de um atentado é uma imagem onde, segundo os internautas, é possível ver a silhueta de um homem caminhando entre as chamas. A agência de notícias AFP já desmentiu a suposição, afirmando que se tratava, em realidade, da estátua de uma virgem.

Diversas contas falsas de mídias conhecidas, como CNN ou BuzzFeed, compartilharam desde o início do incêndio artigos confirmando um atentado. Um deles mostrava imagens de um carro-bomba com inscrições árabes perto da catedral – fotos que datam de 2016, quando quatro mulheres foram presas por terem abandonado o veículo no local. Enquanto isso, no verdadeiro canal de televisão FoxNews, Philippe Karsenty, vereador da cidade de Neuilly, disse que “o politicamente correto decidiu que foi um acidente”, para a surpresa do repórter.

YouTube: como piorar a situação tentando ajudar

Já uma montagem, publicada no canal “Johnny Rockslide” no YouTube, acrescentou gritos de “Alá é grande” às imagens do incêndio – algo que não ocorreu. “Estou contente de ter partido desta seita. Feliz e orgulhosa de ser ex-muçulmana”, diz um dos comentários na página. “Como os franceses podem abraçar pessoas que claramente os desprezam [?]”, interroga um outro. “Deixem de ser burros, isto é fake”, aponta, por sua vez, o usuário “bae Nation”.

Para piorar a confusão, o algoritmo do YouTube fez uma ligação com o atentado do 11 de Setembro em Nova York na parte “vídeos relacionados” das imagens ao vivo da Notre-Dame em chamas.

A plataforma assumiu o erro, afirmando paradoxalmente que queria, na verdade, “contextualizar” a informação e lutar contra as fake news. “Estes painéis são decididos por algoritmos e nossos sistemas às vezes podem tomar uma decisão errada”, afirmou o YouTube em um comunicado, antes de desativar a função.

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