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França

Espanhola presa em protesto do 1° de Maio pode ser expulsa da França

Camélia, uma jovem espanhola que vive e trabalha na França há 17 anos, foi presa durante as manifestações do 1° de Maio em Paris, e corre o risco de ser expulsa da França. Grávida de dois meses, ela foi transferida na última quinta-feira (2) a um centro de retenção para estrangeiros, onde aguarda a decisão da Justiça.

Camélia, a espanhola ameaçada de expulsão na França, e a proteção de sua barriga, por estar grávida: "Isto só serve para me proteger".
Camélia, a espanhola ameaçada de expulsão na França, e a proteção de sua barriga, por estar grávida: "Isto só serve para me proteger". Reprodução Twitter
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De acordo com o coletivo de fotógrafos La Meute, que cobriu as manifestações do Dia dos Trabalhadores em Paris, Camélia, de 34 anos, foi detida no Hospital Pitié Salpetrière, no 13° distrito de Paris, perto da maior manifestação da última quarta-feira. Militantes que fugiam da polícia tentaram se proteger no local, acuados por um grupo da tropa de choque e por bombas de gás lacrimogêneo.

No entanto, em entrevista ao jornal Libération, Norma Jullien Cravotta, advogada de Camélia, indica que a jovem se dirigia a um piquenique social e democrático, no 15° distrito de Paris, quando foi submetida a um controle de identidade por policiais. Grávida de dois meses, a espanhola utilizava uma espécie de escudo para proteger a barriga, o que foi considerado como uma arma pela polícia.

Ameaça à ordem pública

Segundo a advogada, Camélia passou 36 horas detida para interrogatório e a Justiça francesa estava prestes a libertá-la. Mas a Secretaria de Segurança Pública emitiu uma ordem de expulsão da jovem, alegando que ela representa uma ameaça à ordem na França. A espanhola está em um centro de retenção de Mesnil-Amelot, na região parisiense.

A lei francesa autoriza Camélia, que trabalha e mora legalmente na França desde 2002, a permanecer no país. Mas o artigo L511-3-1 afirma que um europeu pode ser obrigado a deixar o território francês se "seu comportamento constitui, do ponto de vista da ordem ou da segurança pública, uma ameaça real e suficientemente grave para prejudicar o interesse fundamental da sociedade".

A advogada alega que sua cliente é uma manifestante pacífica e recusa que ela possa representar um risco para o país. "Ela fez seus estudos na França e tem uma vida de família aqui", indica, lembrando que Camélia mora com um companheiro em Paris.

A Secretaria de Segurança Pública não se pronunciou sobre o caso até o momento. O governo francês deve decidir ainda neste domingo se expulsará ou não Camélia. Militantes realizaram uma manifestação nesta manhã diante do Tribunal da Porte de Clichy, em Paris, onde o caso da espanhola estava sendo analisado.

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