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Paris

Motorista de ônibus de Paris é acusado de barrar passageira por usar minissaia

A Rede de Transportes Autônomos de Paris (RATP) anunciou neste domingo (5) que abriu uma investigação interna sobre um motorista de ônibus que se negou a abrir a porta para duas jovens. Segundo a imprensa francesa, o motivo seria a minissaia que uma delas usava.

Segundo a RATP, recusar passageiro é “falha grave em serviço”.
Segundo a RATP, recusar passageiro é “falha grave em serviço”. ERIC PIERMONT / AFP
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O incidente aconteceu por volta das 23 horas da última terça-feira (30) na linha de ônibus 60, no 19° distrito de Paris. Segundo o pai de uma das jovens, o poeta e físico argelino Kamel Bencheikh, quando o ônibus se aproximou da parada e elas fizeram sinal para entrar, o motorista se negou a abrir a porta e avançou o veículo.

As garotas chegaram a correr atrás do ônibus, que teve de parar poucos metros depois, em um sinal vermelho. Ao questionarem a atitude do motorista, o homem - olhando para as pernas da jovem de minissaia - teria respondido que ela deveria "se vestir corretamente".

Indignado, o pai da garota, publicou um post em sua página no Facebook, que foi censurado posteriormente. Na publicação, ele descrevia o motorista como "magrebino e islamita".

Interrogado pela RATP, o motorista reconheceu ter se recusado a deixar as garotas entrarem no ônibus. No entanto, segundo a empresa, ele nega que o motivo tenha sido a minissaia. A RATP não deu mais detalhes sobre qual seria a razão alegada pelo motorista.

Falha grave em serviço

No Twitter, a RATP fez um apelo por testemunhas do incidente e afirma não ter recebido resposta até este domingo. Segundo a empresa, não permitir que um passageiro entre no veículo é uma “falha grave em serviço”. Dependendo dos resultados da investigação interna, o funcionário poderá ser demitido.

A ministra dos Transportes, Elisabeth Borne, e a secretária de Estado encarregada de Igualdade entre Mulheres e Homens, Marlène Schiappa, afirmaram, por meio de comunicado, que estão acompanhando o caso. "Se os fatos relatados forem confirmados, eles serão de forte gravidade, totalmente contrários aos valores do serviço público, e precisarão de sanções exemplares", diz a nota emitida pelo governo francês.

O pai da jovem afirmou à imprensa francesa que ele e a filha pretendiam realizar uma denúncia neste fim de semana. A RATP afirma não ter sido notificada até o momento.

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